O Hospital Alemão Oswaldo Cruz é pioneiro no país a realizar o tratamento de hiperplasia benigna de próstata a técnica utilizando vapor de água (Rezum®). O método consiste na utilização da água, em forma de vapor, a mais de 100°C, para reduzir o tamanho da próstata. Este procedimento é indicado a pacientes com quadro de Hiperplasia Benigna da Próstata e diminui drasticamente as chances de ejaculação retrógrada, situação comum entre 80% e 90% dos homens submetidos às cirurgias convencionais para hiperplasia.
Por meio da nova tecnologia, já difundida nos Estados Unidos e agora aprovada pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) para ser utilizada no Brasil, é introduzida uma câmera de vídeo pelo canal da urina do paciente, por onde é injetado diretamente na próstata, um vapor de água a mais de 100°C. Ao entrar em contato com o tecido prostático, cuja temperatura é de 36°C, provoca-se um equilíbrio térmico e o tamanho da próstata é reduzido em até 48%. O procedimento apresenta resultados duradouros, com taxa de reincidência de 4,4% em 5 anos, independente da faixa etária.
A hiperplasia da próstata é caracterizada pelo aumento da glândula com o envelhecimento masculino, e ocorre em todos os homens, a depender da idade somente. A partir da quarta década de vida muitos homens apresentam crescimento prostático, que evolui com o avanço da idade. Sendo que praticamente 100% dos homens terão, se atingirem os 90 anos, explica o coordenador do Centro Especializado em Urologia do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, Dr. Carlo Passerotti.
“Cerca de 20% dos homens a partir dos 50 anos tem o aumento do tecido que compromete o canal da uretra, dificultando ou impedindo a passagem da urina e o surgimento de infecções urinárias de repetição. Em condições normais, a próstata pesa 25 gramas, e aumentada, ela pode chegar até mais de quatro vezes esse tamanho”, diz.
As cirurgias endoscópicas convencionais, chamadas de raspagem (Ressecção Transuretral da Próstata – RTU) corrigem o problema da hiperplasia, mas em até 90% dos operados, o procedimento ocasiona ejaculação retrógrada, quando o esperma vai para a bexiga, ao invés de sair pela uretra, resultando na diminuição ou ausência de esperma durante o orgasmo. “A ejaculação retrógrada afeta significativamente a autoestima dos homens, que relacionam o fato da pouca ou nula ejaculação à impotência sexual. Com esse novo procedimento reduzimos para 10% os casos de ejaculação retrógrada”, explica o Dr. Passerotti.
Além de solucionar a hiperplasia e eliminar, quase que na totalidade dos casos a ejaculação retrógrada, a nova técnica também melhora importantes implicações ocasionadas pelo crescimento prostático benigno, a urgência urinária, o aumento da frequência, e em alguns casos, até a incontinência decorrente do aumento da próstata. Outro benefício do uso da tecnologia é que ela permite uma recuperação mais rápida do paciente. “O procedimento é seguro e extremamente rápido, sendo realizado em poucos minutos. Como o risco de sangramento é inferior a 1%, não há necessidade de internação, possibilitando dessa forma que o homem retome rapidamente às suas atividades rotineiras”, afirma o Dr. José Carlos Truzzi, Coordenador do Setor de Disfunções Miccionais do Centro de Urologia do Hospital Alemão Oswaldo Cruz.
O especialista alerta ainda que nos dois primeiros meses após o procedimento, o paciente pode sentir algum desconforto e ardência ao urinar, mas que esses sintomas são transitórios e reversíveis.