Pesquisa de médico do Hospital São Vicente mostra que telemedicina é tão eficaz quanto consulta presencial
Especialista durante defesa da tese de doutorado na Universidade de São Paulo (USP)
Os profissionais do Hospital de Caridade São Vicente de Paulo (HSV) são referência em qualidade e têm contribuído significativamente para o avanço da ortopedia e da medicina em geral. Um exemplo desse compromisso é o trabalho desenvolvido pelo médico ortopedista e especialista em cirurgia de ombro e cotovelo do HSV, Dr. Rodrigo Beraldo, que, neste semestre, defendeu sua tese de doutorado na Universidade de São Paulo (USP), apresentando resultados inovadores sobre o uso da telemedicina na avaliação de pacientes com síndrome do manguito rotador, um conjunto de lesões conhecidas popularmente como tendinites de ombro.
O estudo teve como objetivo comparar a eficácia da avaliação médica realizada por telemedicina em relação à consulta presencial. Para isso, foram analisados 64 pacientes da capital paulista, divididos em dois grupos: um submetido ao atendimento presencial e outro avaliado tanto presencialmente quanto por telemedicina.
Durante as consultas, foram realizados testes de exame físico e de conduta médica, com foco na definição do tratamento mais adequado, sendo cirúrgico, não cirúrgico ou fisioterápico. Segundo o Dr. Beraldo, os resultados foram expressivos. “Concluímos que a telemedicina, para a indicação de pacientes com tendinite e lesões nos tendões do ombro, é tão eficaz quanto a consulta presencial”, explicou o médico.
A única diferença observada ocorreu nos testes de força muscular, já que, nas consultas virtuais, os pacientes precisavam realizar autoexames orientados por vídeo, utilizando a própria mão para avaliar o ombro afetado. Nesses casos, houve uma tendência de relato maior de perda de força do que o constatado posteriormente em avaliações presenciais, consideradas o padrão ouro da especialidade.
Estudo apresentou resultados positivos ao uso da telemedicina
O pesquisador destaca que o trabalho é especialmente relevante em um contexto pós-pandemia, quando o uso da telemedicina se expandiu de forma acelerada, mas ainda cercado por dúvidas entre pacientes e profissionais. “Esse tipo de estudo traz segurança e confiança na utilização da telemedicina. Ela não vem para substituir a consulta presencial, mas para somar”, afirma Dr. Beraldo.
Entre as principais vantagens apontadas estão o acesso facilitado ao especialista, redução de custos com transporte e agilidade na obtenção de uma segunda opinião médica, inclusive em regiões onde há escassez de profissionais. O ortopedista também destaca o potencial da telemedicina no contexto do Sistema Único de Saúde (SUS). “Quando pensamos na realidade do SUS, esse modelo pode ajudar a reduzir filas de espera e otimizar o tempo de atendimento, permitindo avaliar mais pacientes de forma rápida e eficaz”, acrescenta.
Segundo o médico, o projeto já vem sendo discutido com outros especialistas da ortopedia, com a proposta de implantar um ambulatório de telemedicina, no município. A iniciativa pretende ampliar o acesso da população aos cuidados especializados, reduzir o tempo de espera por atendimento e agilizar o processo diagnóstico. A ideia é integrar o serviço aos fluxos assistenciais já existentes, tornando o acompanhamento médico mais dinâmico e eficiente, especialmente para pacientes com dificuldades de locomoção ou que residem em regiões mais afastadas.
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