Um ano após o surto de Febre Amarela em Minas Gerais, o estado de São Paulo enfrenta o mesmo desafio. A Fundação São Francisco Xavier (FSFX), que recentemente assumiu a administração do Hospital de Cubatão (HC), foi parceira da Associação Paulista de Medicina (APM) em palestra sobre a prevenção da doença e da criação de protocolos para detecção precoce.
Na oportunidade, para informar sobre a potencial gravidade desse cenário, médico infectologista Evaldo Stanislau, do HC, apresentou, para a baixada santista, um breve histórico da doença, dados sobre detecção de casos em macacos e a disseminação do vírus da febre amarela já apontada em 2017, em manuais técnicos e mesmo nos grandes veículos de comunicação do estado de São Paulo. Evaldo ressaltou a importância da prevenção coletiva, com a vacinação estendida em todas as cidades do estado, minimizando o risco de disseminação viral e de aquisição da doença cuja letalidade é muito alta.
Com o intuito de compartilhar a experiência vivida em Minas Gerais, também estiveram presentes no evento o superintendente do Hospital de Cubatão, Abner Moreira de Araujo Junior, e a gerente de assistência do Hospital Márcio Cunha (HMC) de Ipatinga (MG), Thatiane Ticom, médicos que foram responsáveis pela estruturação e acompanhamento da UTI amarela, criada em janeiro de 2017 no HMC, sendo referência para os pacientes com a doença, na época do surto.
Os médicos abordaram o crescimento do número de casos em regiões endêmicas próximas do Vale do Aço, e que, no entanto gerou a necessidade da criação de uma nova estrutura de terapia intensiva, a UTI Adulto – Unidade Amarela, com 10 leitos exclusivos para o atendimento desses pacientes em estado mais grave. Outra ação de destaque foi o estabelecimento de fluxos e protocolos específicos para esses atendimentos, com equipes preparadas tanto para a forma branda da doença quanto para a forma mais grave.
Ticom relatou diversos casos de pacientes com a doença que foram tratados no hospital, reforçando a importância da regulação efetiva e admissão na fase moderada para início imediato do tratamento, e como a expertise no tratamento intensivo impactou na taxa de sobrevida dos casos graves.
De forma unânime, os palestrantes reforçaram a importância da realização de exames laboratoriais que ajudam a triar os casos suspeitos em relação à sua gravidade, assim como de estabelecer fluxos assistenciais e diagnósticos rápidos para casos confirmados, e que a vacina é o meio de prevenção mais eficaz.