Dia 8 de março é comemorado o Dia Mundial do Rim. Para 2018, o tema proposto pela Sociedade Brasileira de Nefrologia é a “Saúde da Mulher – Cuide de seus rins”, já que na mesma data celebra-se o Dia Internacional da Mulher. Por isso, para alertar a população, o Hospital São Vicente – Funef, de Curitiba (PR), disponibilizará exames gratuitos de urina para rastrear a doença, com avaliação da equipe de Nefrologia (limitado às 75 primeiras mulheres que comparecerem ao Centro de Eventos do hospital, dia 8, às 14h). Em seguida, às 15h, a nefrologista Dra. Luciana Soares Percegona, chefe do Serviço de Nefrologia e Transplante Renal do Hospital São Vicente, dará a palestra “Saúde da Mulher – Cuide de seus rins”.
A Doença Renal Crônica é a perda lenta e progressiva da capacidade dos rins filtrarem resíduos, sais e líquidos do sangue. Quando isso acontece, as impurezas podem chegar a níveis elevados que afetarão o organismo como um todo podendo levar à morte se não tratado adequadamente.
“Os exames de creatinina e parcial de urina servem para rastrear a doença renal. Eles irão mostram como está o funcionamento dos rins. Através da creatinina se avalia a capacidade de filtração do rim, isto é, qual a porcentagem de funcionamento do rim. Já no parcial de urina podemos identificar se há perda de sangue e/ou proteína pelos rins e quadro infeccioso principalmente”, explica Dra. Luciana.
A Doença Renal Crônica (DRC) afeta aproximadamente 195 milhões de mulheres em todo o mundo e atualmente é a 8ª principal causa de morte entre elas, causando 600 mil mortes por ano. De acordo com alguns estudos, a Doença Renal Crônica pode se desenvolver mais facilmente nas mulheres do que nos homens, com uma média de 14% de prevalência em indivíduos do sexo feminino e 12% no sexo masculino. A prevalência da Doença Renal em todo mundo é 10%. No Brasil mais de 15 milhões de pessoas já apresentam alguma disfunção renal e não sabem. Em indivíduos entre 65 a 74 anos, 1 em cada 5 homens e 1 em cada 4 mulheres tem doença renal crônica. No último censo realizado pela Sociedade Brasileira de Nefrologia em 2016 havia mais de 100 mil pessoas estavam em diálise no país.
Alguns riscos: estar acima do peso ideal, pressão alta, diabetes, familiares com doença renal crônica, fumante, com idade superior a 50 anos, problemas no coração ou nas veias das pernas. Vale lembrar que inicialmente a doença renal é assintomática. Mas alguns sinais devem alertar para o problema: nictúria (levantar várias vezes à noite para urinar), edema (acordar com olho inchado, edema de membro inferior), urina espumosa ou com sangue. Nas formas avançadas há sintomas de fraqueza, dores nas pernas, náuseas e vômitos e perda de apetite.
Para prevenção o ideal é uma dieta saudável e ingesta hídrica regular, controle do peso, atividade física regular, evitar o tabagismo e o uso de medicamento sem prescrição médica. Se tiver hipertensão e/ou diabetes, controle rigoroso dessas doenças. E fique atento se tiver história familiar de doença renal ou origem hispânica, asiática, africana ou aborígene. A prevenção é a única forma de evitar esta doença silenciosa, que só apresenta sintomas quando já se perdeu 75% ou mais da função renal.
TRATAMENTO – A diálise está indicada para pacientes com insuficiência renal aguda ou crônica graves, isto é, quando o rim perde a capacidade de exercer sua função de filtração e/ou perda de líquido. É denominada de terapia renal substitutiva, pois é uma terapia que substitui a função parcial dos rins. Há dois tipos de diálises: a hemodiálise e a diálise peritoneal.
Hemodiálise é um procedimento através do qual uma máquina limpa e filtra o sangue, ou seja, faz parte do trabalho que o rim doente não pode fazer. O procedimento libera o corpo dos resíduos prejudiciais à saúde, como o excesso de sal e de líquidos. As sessões de hemodiálise são realizadas geralmente em clínicas especializadas ou hospitais.
Na diálise peritoneal o tratamento ocorre dentro do corpo do paciente, com auxílio de um filtro natural como substituto da função renal. Esse filtro é denominado peritônio (membrana porosa e semipermeável, que reveste os principais órgãos abdominais). Um líquido é colocado na cavidade abdominal através de um cateter peritoneal que depois é drenado. Essa solução entra em contato com o sangue e isso permite que as substâncias que estão acumuladas no sangue sejam removidas, bem como o excesso de líquido que não está sendo eliminado pelo rim.
O transplante de rim é realizado apenas quando há falência total de ambos os rins, já que um deles apenas é capaz de manter a filtração adequada do sangue. Por isso, também é comum o transplante por doador vivo. “Para isso é necessário que o doador e o receptor sejam compatíveis, e que esse doador seja saudável e que o processo de doação não lhe cause danos à saúde. Entretanto, o número de transplantes com doador vivo vem diminuindo anualmente: até o 3º trimestre de 2017, apenas 19% dos transplantes renais realizados no Brasil foram com doadores vivos. Isto se deve ao aumento do número de doadores falecidos (doares de múltiplos órgãos)”, explica Dra. Luciana.