O pequeno Miguel Vasconcellos, natural de Taubaté (SP), de apenas dois anos e 11 meses, nasceu com um problema no intestino chamado atresia de duodeno, mas que foi corrigido cirurgicamente logo nos primeiros dias de vida. Uma criança extremamente saudável e ativa até completar um ano e meio de vida, quando foi internado em São José dos Campos (SP) com quadro de virose. Poucos dias depois recebeu o diagnóstico de infecção generalizada (septicemia).
Após longos quatros meses de UTI, inúmeras intercorrências e três cirurgias em apenas 15 dias, o pequeno quase foi submetido a uma traqueostomia e quimioterapia por falta de conhecimento diagnóstico. Segundo Adriele Vasconcellos, mãe do Miguel, “os médicos não davam nada para ele. Nunca haviam cuidado de uma criança com o intestino curto, então achavam que aquilo era nossa realidade, que agora eu tinha que aceitar ele desnutrido, magro e sem respirar direito”.
E foi quando uma das médicas que realizou uma das cirurgias do garoto participou de um Congresso em São Paulo e conheceu a Dra. Maria Paula Coelho, especialista do PATII – Programa Avançado de Tratamento da Insuficiência Intestinal, núcleo do Centro de Excelência do Sabará Hospital Infantil, de São Paulo (SP). “Foi uma luz no fim do túnel! Descobrimos que existia alguém que conhecia sobre o problema do Miguel e era especialista nesse diagnóstico”, comenta Adriele.
Após muitas dificuldades, Miguel deu início ao tratamento e foi apresentando constante melhora e evolução. Segundo a Dra. Maria Paula, “a maioria das crianças nesta situação depende de suporte nutricional através da veia, chamado de nutrição parenteral. O cuidado é complexo e necessita de equipe multidisciplinar pediátrica, com foco em Reabilitação Intestinal, para planejar um tratamento individualizado e ajustado ao caso de cada paciente”, salientou.
Adriele comemora hoje uma nova fase. “Estamos muito felizes! Prestes a completar três anos, o Miguel ganhou um presente de vida, ele vai embora para casa sem cateter, sem nenhuma medicação na veia”, comemora, ao lado do pai Gelson Galhardo. Ambos lembram ainda da importância de buscar um centro especializado, com especialistas que conhecem e entendem do assunto.
“Temos que agradecer a Deus em primeiro lugar. E gratidão à Dra. Maria Paula, ela é um anjo nas nossas vidas. Além de ser uma excelente profissional, ela também é muito humana, e isso é uma das coisas mais importantes. Sem falar no cuidado psicológico que ela teve com a nossa família durante todo esse tempo”, destacou a mãe Adriele.