O ambiente hospitalar é uma das fontes de surgimento e transmissão de germes com resistência maior aos antibióticos. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), no Brasil, estima-se que a taxa de infecções hospitalares atinja 14% das internações, isso ocorre por vários fatores como a vulnerabilidade do paciente e as falhas nas medidas de prevenção.
A infecção hospitalar é uma complicação relacionada à assistência à saúde, que se adquire após uma internação hospitalar. O risco de infecção ocorre em sua maioria, por assistência aplicada de forma inadequada por um determinado período de tempo.
A Coordenadora do Serviço de Controle de Infecção Hospitalar (SCIH) do Hospital Estadual de Doenças Tropicais (HDT), Patrícia Souza, aponta que alguns procedimentos invasivos podem ser uma oportunidade de risco à infecção, como por exemplo, o uso do cateter venoso central, da sonda vertical e da ventilação mecânica. “Todos esses procedimentos invasivos, se não utilizados adequadamente, em tempo certo e tomadas as medidas de controle corretas, tornam-se risco de infecção”.
Prevenção – A coordenadora do SCIH alerta que a melhor forma de prevenir são as precauções padrões, como a higienização das mãos, o uso correto de equipamento de proteção individual, como o uso das luvas, do capote e de óculos, evitam que os microrganismos sejam propagadas de um paciente para outro. Também fazem parte dos procedimentos de controle de infecção os cuidados básicos com o manejo correto dos resíduos e as medidas de higiene do ambiente.
Patrícia ainda esclarece que existe uma diferença entre os germes do dia-a-dia, com os germes em ambientes hospitalares. “No hospital, sobretudo, devido ao uso de antimicrobianos, esses germes se tornam muito mais resistentes. Por sua vez, essa resistência dificulta o tratamento, uma vez que se esgotam as opções terapêuticas para os profissionais poderem tratar os pacientes”. Essa resistência microbiana aos antibióticos acaba influenciando no aumento do tempo de internação de um paciente e até na mortalidade. Por isso, o risco de infecção hospitalar é uma preocupação constante para os profissionais de saúde.