Novas formas de gestão e a incorporação de tecnologias inovadoras na saúde foram detalhadas na terceira edição deste ano dos Seminários de Gestão. O evento reuniu referências nacionais, nesta sexta-feira (2), no Hotel Plaza São Rafael, na capital gaúcha. O evento é promovido pela Federação dos Hospitais e Estabelecimentos de Saúde do Rio Grande do Sul (FEHOSUL), em parceria com o Sindicato dos Hospitais e Clínicas de Porto Alegre (SINDIHOSPA) e a Associação dos Hospitais do Rio Grande do Sul (AHRGS).
Na abertura, o presidente da FEHOSUL e da Organização Nacional de Acreditação (ONA), Cláudio José Allgayer, destacou que a proposta da iniciativa é promover subsídios para dialogar sobre as transformações do setor. “Muito falamos sobre as novas tecnologias e o futuro da saúde. Mas, antes que muito disso se torne realidade, é necessário oportunizar espaços como este. Construímos os possíveis cenários da assistência em saúde, considerando a inevitável mudança no modelo de negócios”, observou.
As novas fronteiras no setor da saúde foi o assunto da palestra da líder do Laboratório de Biologia Molecular e Genômica do A.C.Camargo Cancer Center, Dirce Maria Carraro. Ela reforçou os temas oncologia de precisão e o impacto genômico na Medicina. “A genômica já é uma realidade na Medicina, e não mais apenas do laboratório”, apontou. Dirce citou o tratamento realizado com terapia genética e drogas que bloqueiam os genes que causam alterações nos tumores, trazendo resultados antes não disponíveis.
Líder do projeto BioHub da PUCRS, Carlos Klein abordou a geração de negócios na área da saúde – destacando principalmente o case BioHub, que reúne Tecnopuc, Inscer, Hospital São Lucas e Escolas da Universidade. “Quando se trata de inovação, é preciso pensar no novo. Os principais exemplos disso são as tecnologias, a economia e a gestão. A inovação depende de uma ação persistente e organizada, mas o caminho não ocorre em linha reta. É feito de muitos testes. Quanto mais testamos, mais próximos estamos desses objetivos”, explicou.
O economista enfatizou que são necessários elementos como propósito, inspiração, colaboração, diversidade, empreendedorismo e comprometimento da organização desde o topo. “As pessoas querem fazer parte de algo maior. Não se deve apenas aceitar a diversidade. É necessário incentivar para que seja possível alcançar resultados diferentes”, alertou.
Rumos da saúde
O seminário também abordou os aplicativos inovadores que geram melhores experiências ao paciente – tema do painel de Salvador Gullo Neto, CEO do app Dr. Rafael. “Ferramentas da Saúde 4.0 vão redesenhar o sistema conforme a experiência do paciente. Essa nova percepção de saúde não deve estar na tecnologia, mas sim na experiência do usuário. Devemos aproximar e entender suas reais necessidades”, aponta. O Dr. Rafael foi desenvolvido com foco no consumidor final, para que possa avaliar diversos dados sobre a instituição em que está sendo atendido – gerando dados para atualização de equipes e gestão de processos de saúde. Assim, o paciente recebe um suporte de segurança durante a sua internação, e a instituição de saúde ganha um canal direto para melhorar seus processos e a experiência proporcionada.
Cristiano Englert, cofundador e diretor de Marketing da aceleradora Grow Plus Ventures/Grow+O, falou sobre Health Techs e a geração de valor em saúde. Ele apontou os avanços em empresas de tecnologia nos últimos anos, hoje consolidadas como as mais valorizadas organizações mundiais. “No Brasil, 61% dos usuários de setor estão insatisfeitos. É necessário utilizar a tecnologia como uma aliada para nos colocar mais próximos dos pacientes. Cada vez mais empreendedores estão buscando inovar na forma de pensar Medicina. É necessário que as instituições atuais também se transformem com o mercado”, recomendou.
No encerramento, foi anunciada a próxima edição do Seminários de Gestão. Com o tema “Reformas e Sustentabilidade da Saúde”, será realizada em 18 de outubro.