A cor verde representa esperança. E esse é o sentimento que sustenta os pacientes e familiares de quem aguarda por um transplante de órgão ou tecidos. No mês comemorativo do Dia Nacional de Doação de Órgãos (27 de setembro), conhecido como ‘Setembro Verde’, o Hospital São Vicente de Paulo (HSVP), no Rio de Janeiro (RJ), abre mais uma porta para a realização deste tipo de procedimento. A instituição reativou o serviço de transplante de córnea e passará, em breve, a oferecer transplantes de figado no recém-inaugurado Centro Hepatobiliar.
“Em todo o mundo, o potencial de salvar vidas por meio de transplantes está atrelado à cultura de doação de órgãos e ao envolvimento dos profissionais de saúde com esse tema, especialmente das equipes que atuam em emergências e unidades de terapia intensiva. Aqui no Brasil, existem pacientes que estão aguardando há três ou quatro anos por um órgão. Por isso, é tão necessária a conscientização da população sobre a importância da doação”, comenta o gastrocirurgião Douglas Bastos, coordenador do Centro Hepatobiliar e do Programa de Transplantes de Fígado do HSVP.
Alta complexidade
O Rio de Janeiro realiza cerca de 250 a 300 transplantes de figado anualmente, o que coloca o estado entre os quatro que mais fazem o procedimento no país. Bastos acredita que a oferta do serviço no HSVP representa uma importante opção aos pacientes que necessitam da cirurgia, especialmente pela qualidade assistencial que o hospital oferece. “O transplante de fígado demanda uma estrutura hospitalar de alta complexidade e o HSVP é reconhecido pela sua excelência nesses tipos de procedimentos”, avalia o médico. Futuramente, o HSVP também pretende investir no transplante hepático intervivos, que permite a retirada de uma parte do fígado de pessoas sadias para transplantar em quem precisa.
Habilitado desde 2006 para realizar transplante de córnea, o HSVP retomou o serviço no ano passado. “A doação de córnea tem dois diferenciais importantes. Não necessita compatibilidade sanguínea e pode ser realizada em até seis horas após o óbito. Com esses pontos a favor, seria esperada uma oferta muito grande de doadores e ausência de fila de espera pelo transplante. O problema é a falta de entendimento da população sobre a importância de doar e de campanhas de incentivo. É fundamental que um profissional capacitado aborde as famílias dos possíveis doadores para falar sobre o assunto e incentive-as a dar esse passo”, ressalta o coordenador do serviço de transplante de córnea do HSVP, o oftalmologista Tiago Bisol.