A Unidade de Terapia Intensiva (UTI) é uma palavra delicada aos ouvidos e corações. Não dá para negar. Ainda mais quando a pessoa se vê internada depois de ter programado detalhadamente uma viagem de férias, de carro, sozinho e de um estado para outro. Foi o que aconteceu com o aposentado Waldir João, de 67 anos. Natural de São Paulo, mas residente no Espírito Santo há 5 anos. Ele decidiu, há mais ou menos 20 dias, fazer a viagem e chegar de surpresa na casa da irmã, sobrinhos e cunhados, que residem no bairro da Mooca, região Leste da cidade de São Paulo.
Planejou e fez o percurso muito bem. “Dirigi mais de 950 quilômetros e depois de já estar instalado na residência dos meus parentes, resolvemos comer uma pizza que acabou me fazendo mal”, lembra. Waldir já fazia tratamento para um linfonodomegalia cervical com metástase pulmonar e uma sobrecarga no organismo ocasionou varizes no esôfago que precisaram ser cauterizadas, por isso os cunhados o levaram para o IBCC Oncologia.
Waldir foi devidamente cuidado, fez a cauterização, teve alta, mas logo em seguida teve uma piora no quadro e precisou voltar para a internação e desta vez para a UTI. “Levei um susto, mas agora já estou sendo tratado e logo devo ter alta”, diz.
E pelo fato de não poder receber visitas por conta da pandemia do novo Coronavírus, os profissionais do IBCC Oncologia organizaram uma ação para que tanto o senhor Waldir, como outros pacientes do hospital pudessem receber carinho e apoio dos familiares por meio de ligações de vídeo. “A vídeo chamada fez com que eu pudesse falar mais uma vez com a minha irmã, Inês Cristina”, conta emocionado Waldir, ao ressaltar que “poder ver o rosto e o sorriso da Inês fez com que eu pudesse me sentir mais próximo dela”.
“A ideia é ampliar o conceito de humanização dentro do hospital”, diz Fábio Gomes, psicólogo com especialidade em atendimento hospitalar do IBCC Oncologia. “Foi a maneira que encontramos para garantir e manter os vínculos afetivos dos nossos pacientes”, destaca.
A ação acontece nas unidades do IBCC Oncologia desde 15 de abril e grande parte dos pacientes internados recebe de duas a três vezes por semana ligações com videochamadas dos familiares.