Instituto de Radiologia inaugura espaço de Inovação e Inteligência Artificial

No dia 25 de setembro, a Siemens Healthineers e o Instituto de Radiologia (InRad) do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HCFMUSP) inauguram o In.Lab. O espaço será destinado a parceiros, startups e desenvolvedores que já tenham ou queiram criar projetos de Inteligência Artificial (IA) voltados às melhorias e soluções que abrangem diferentes etapas na jornada do paciente e na cadeia da saúde. Entre as principais frentes a serem abordadas estão prevenção, diagnóstico e tratamento, até a gestão para conectar de forma mais otimizada e eficaz o serviço de saúde como um todo.

“A parceria entre Siemens Healthineers e o Instituto de Radiologia do Hospital das Clínicas já vem de longa data com projetos, muitas vezes, voltados à pesquisa e inovação. Essas frentes de trabalho fazem parte tanto do nosso DNA como o do HC“, explica Armando Lopes, Diretor Geral da Siemens Healthineers no Brasil. “O In.Lab é a concretização local de uma visão que a Siemens Healthineers vem desenvolvendo e que enxerga na Inteligência Artificial e na digitalização uma forma de ampliar o acesso à saúde, além de conectar especialistas do mundo todo e compartilhar conhecimento em toda a cadeia. O Brasil já representa um case de como é possível aplicar soluções que realmente impactarão o sistema de saúde de forma positiva”.

A possibilidade de se obter e armazenar dados já foi um grande passo no meio científico e, por meio da Inteligência Artificial, esses mesmos dados devem ser interpretados, cruzados, otimizados e melhor aproveitados a fim de prover melhoria de processos, sistemas integrados de suporte à decisão, tratamentos e gestão da saúde, no geral. Entre os projetos que estarão em desenvolvimento no In.Lab estão os que serão focados em Gestão de Saúde Populacional, Melhor Experiência do Paciente e na Medicina de Precisão.

“O projeto colaborativo entre InRad, InovaHC e Siemens Healthineers é um passo concreto para a introdução de novas tecnologias relacionadas à Inteligência Artificial que possam impactar na qualidade da assistência oferecida à população brasileira. A pandemia nos mostrou como é importante trabalharmos juntos, setor público e privado, na busca de metas ambiciosas na pesquisa e atendimento aos pacientes”, explica Giovanni Guido Cerri, presidente do Conselho Diretor do Instituto de Radiologia (InRad) e presidente da Comissão de Inovação (InovaHC) do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HCFMUSP).

Entre os principais projetos já em andamento estão*:

AI-Pathway Companion – sistema de apoio à decisão clínica baseado em Inteligência Artificial (IA), que auxilia os médicos na tomada de decisões diagnósticas e terapêuticas, ao longo do percurso clínico. Ele foi desenvolvido para ajudar a otimizar os processos durante os caminhos clínicos e, assim, o sucesso geral do gerenciamento de pacientes com fornecimento aos médicos de recomendações para doenças multidisciplinares, o estado clínico de cada paciente, com base na integração de dados e Inteligência Artificial e faz sugestões para os próximos passos. A primeira aplicação clínica será para o câncer de próstata. Hoje, o time do Brasil participa das instalações do produto em sites parceiros por meio de contratos colaborativos.

O projeto está em andamento e a comercialização é prevista para 2022, porém levando-se em conta a metodologia aplicada, durante o processo, vários pilotos de aprendizagem serão gerados e farão suas contribuições ao longo do caminho.

AI-Care Gaps Closer – O objetivo deste projeto é usar técnicas avançadas de IA, especificamente na área de compreensão de texto para buscar no sistema hospitalar relatórios médicos com achados incidentais e com isso diagnosticar e tratar precocemente, por exemplo, o aparecimento de um câncer. O time do Brasil está em andamento e esse trabalho é feito com o objetivo de expandi-lo e comercializá-lo em meados de 2021.

AI-Rad Companion – primeiro assistente de software baseado em IA voltado para a radiologia, que pode identificar órgãos e alterações, potencialmente, relevantes para doenças. Voltado para tomografia computadorizada, equipes de cientistas da Siemens Healthineers treinaram os algoritmos subjacentes com base em extensos conjuntos de dados clínicos. Usando imagens de TC do tórax, o software pôde diferenciar as várias estruturas de partes do corpo, realçá-las individualmente, marcá-las e medir possíveis anormalidades. Isso se aplica igualmente aos órgãos como o coração e os pulmões, a aorta e os corpos vertebrais. O software transforma automaticamente as descobertas em um relatório quantitativo.

Como exemplo, existe o projeto RadVid-19, desenvolvido pelo Instituto de Radiologia (InRad) e pelo InovaHC – braço de inovação e tecnologia – ambos do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HCFMUSP), com a Siemens Healthineers e demais instituições. Desde abril deste ano, a plataforma de inteligência artificial tem ajudado médicos e instituições de saúde de todo o país. Desde que foi lançada, recebeu 30.500 mil acessos e cadastrou mais de 18 mil exames de imagens enviados por radiologistas de todo o País, com uma média de 70% de resultados positivos para a Covid-19. Alimentada por um vasto banco de imagens de raios X e tomografias do tórax de pacientes de 50 hospitais cadastrados de todo o Brasil, a plataforma é capaz de identificar indícios da presença do novo Coronavírus nos exames, a partir de algoritmos e tecnologia de IA.

7 Tesla – primeiro equipamento de ressonância magnética para corpo inteiro com campo de 7 Tesla da América Latina instalado no Hospital das Clínicas (HC), que usa soluções de Inteligência Artificial baseadas nas imagens geradas. Pesquisas estão sendo realizadas para a criação de um software que ajude o pesquisador a distinguir melhor sinais de ativação cerebral.

No caso da Covid-19, a ressonância magnética desempenha um papel importante neste estudo também, não apenas na detecção de possíveis lesões cerebrais, ou seja, micro-hemorragias, infartos e inflamação, mas também na avaliação de mudanças no que diz respeito a conexões cerebrais. Este novo aspecto demonstrado pelo SARS-CoV-2 exigiu esforços conjuntos com as áreas de neurologia, otorrinolaringologia, patologia, psiquiatria e radiologia. O objetivo é estudar os efeitos do vírus no cérebro não apenas durante a fase aguda da doença, mas também detectar possíveis efeitos a logo prazo. “A interação entre as áreas de saúde e de exatas por meio da Inteligência Artificial trará respostas para vários tipos de pesquisas”, explica Dra. Claudia da Costa Leite, Professora Associada do Departamento de Radiologia e Oncologia da FMUSP e Chefe do Ensino e Pesquisa do InRad.

*Soluções, até o momento, utilizadas apenas em pesquisas e pendentes de regularização pela Anvisa.

Redação

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