O cuidado integrado e continuado em saúde, que o setor também conhece internacionalmente pelo termo, care continuum, é um conceito que integra a atenção prestada a um indivíduo do período pré-natal até o final da vida. Ele abrange de orientações e cuidados básicos até o acompanhamento final, com total dignidade, passando por ações e procedimentos que vão da baixa até a mais alta complexidade.
A Constituição Federal de 1988 afirma que o atendimento integral é a necessidade de compreender o indivíduo enquanto um todo holístico, um ser biopsicossocial em sua essência. Outro conceito importante, encontra-se na Lei nº 8.080/90, na qual a integralidade é a possibilidade de acesso a todos os níveis do sistema, caso o usuário necessite, como também a possibilidade de integrar ações preventivas com as curativas, no dia a dia dos cuidados realizados nos serviços de saúde.
Diante disso, o Hospital de Transição Royal Care, entende que o atendimento a saúde não é somente uma obrigação, mas também deve ser feito com qualidade, e customizado para cada um, independente da idade. Todos precisam desse acesso e que sejam tratados da maneira mais acolhedora e com segurança.
“Quando se pensa em cuidado em saúde, já é em si, ter e ver o outro como um todo. Os profissionais que escolhem essa área, em algum momento de suas vidas, pensam o quanto terão que se dedicar a um “outro”, que não conhecerão previamente e que, portanto, será alvo de seu altruísmo, como prática profissional e de vida que se consolida de acordo com o foco de que dá na atenção à saúde e etapa da jornada do paciente”, lembra Dayele Assis, diretora do Hospital Royal Care
Dentre os benefícios que podemos citar no cuidado integrado em saúde, estão a recuperação mais rápida do paciente, quando ele sai de coadjuvante no processo de cura/reabilitação ou readaptação e passa a ser o personagem principal.
“Dessa forma as diretrizes do seu tratamento não ficam centrado na figura do médico ou outro profissional de saúde e sim no próprio paciente. A definição de condutas quanto ao tratamento do mesmo é realizado de forma harmônica entre a equipe multiprofissional, que assume um papel fundamental no processo de cuidar. Em linhas gerais, reforçamos a necessidade da atenção continuada, onde o paciente vem do atendimento primário e passa quando necessário, pela alta complexidade, depois hospital de transição e assistência domiciliar”, explica a diretora.
Ela ainda complementa que atualmente o que se busca é o modelo vocacionado do cuidado, onde o paciente deve estar internado de acordo com a complexidade necessária naquele momento, tornando assim o sistema sustentável e a segurança no atendimento assistencial. Dessa forma, em parceria com os hospitais de alta complexidade e a assistência domiciliar, consegue-se estabelecer um processo contínuo na linha do cuidado do paciente.
Entre os principais pontos positivos do modelo é possível citar também a segurança que ele traz. A equipe multiprofissional responsável pelo atendimento tem acesso prévio às informações de saúde e pode, a partir daí, oferecer uma assistência mais segura e acolhedora.
Opinião dos profissionais
Segundo a psicóloga Erika Cunha Soares, a integração da equipe promove uma assistência individualizada e minimização das repercussões psicológicas, auxiliando no acolhimento emocional.
Já a fisioterapeuta Pricila Valadares, contou que em alguns pacientes internados no Hospital Royal Care não havia a perspectiva de cura, mas que isso não os impediu de controlarem os sintomas, tentando manter o bem-estar, até mesmo com passeios para banho de sol, fazendo o paciente se sentir confortável.
“Além disso, já tive a alegria e satisfação profissional em ver o paciente chegar em estado crítico, sem comer, respirando por ventilador, sem se movimentar e que se recuperou, voltando a respirar em ar ambiente, se alimentar, falar e andar”, complementa a fisioterapeuta.
“Já pudemos acompanhar muitos casos clínicos com prognóstico ruim, mas que obtiveram avanços incríveis durante o acompanhamento da equipe e com um paciente muito melhor no momento da alta. Muitos casos não conseguimos a cura do paciente, como o caso de um paciente portador de doença neurodegenerativa de avanço progressivo, com alimentação exclusiva por sonda, com atuação da fono foi possível voltar a alimentá-lo por via oral. Nesse caso, o paciente vai receber alta com alimentação exclusiva pela boca, mas nos treinamentos da dieta foi enfatizado a administração da também pelo outro meio, visto que com a progressão da doença será necessária a alimentação por via enteral. No entanto, nesse momento trouxemos mais qualidade de vida ao paciente com o prazer da alimentação normal”, explica a nutricionista, Ana Cecília Ferreira Mendes.
Ela finaliza afirmando que a conversa diária com a equipe de enfermagem sobre possíveis intercorrências é um dos fatores importantes na decisão de ajuste e adequação da dieta.