Um estudo de análise retrospectiva e observacional americana realizado com mais de 190 mil pacientes mostrou que a prevalência de infecção pelo novo Coronavírus foi maior no grupo dos pacientes que apresentavam deficiência de níveis de vitamina D no sangue (concentração menor que 20ng/mL).
O médico endocrinologista Michael Holick e outros especialistas avaliaram dados de dosagem sérica de vitamina dos participantes da pesquisa, oriundos de todos os 50 estados do país. O artigo, publicado na revista científica Public Library of Science One (PLOS ONE), em setembro, observou que aqueles com níveis deficientes de vitamina D possuíam uma taxa de infecção 54% maior por SARS-CoV-2, em comparação aos pacientes com níveis adequados de, pelo menos, 30 ng/mL no sangue.
O estudo realizado na Escola de Medicina da Universidade de Boston, entre março e junho de 2020, identificou que a taxa positiva de infecção pelo novo Coronavírus foi maior em torno 12,5% nos 39.190 pacientes com valores deficientes de vitamina D, em relação aos 8,1% dos 27.870 pacientes com níveis adequados ou 5,9% dos aos 12.321 com valores iguais ou superiores a 55 ng/mL.
A vitamina D é um micronutriente fundamental para a manutenção de uma boa saúde óssea e muscular. E que apresenta outras propriedades, entre elas, uma ação imunomoduladora que permite ativar a imunidade inata e modular a resposta adaptativa, em especial, o controle da liberação das citocinas inflamatórias, o que contribui para redução do risco e do agravamento de infecções virais respiratórias, como a covid-19.
Para aumentar os níveis de vitamina D no organismo o ginecologista e obstetra Odair Albano ressalta que “a exposição ao sol, diariamente, por pelo menos 15 minutos, entre 10-14 horas, preferentemente, sem protetor solar, alimentação rica em vitamina D e se necessário a suplementação em doses 1.000-2.000 UI/dia, recomendadas para reposição nutricional, em cápsulas ou comprimidos, que são recursos significativos para manutenção de uma boa saúde, em especial, neste período de pandemia covid-19”.
Dados atuais mostram que 40% da população mundial tem deficiência de vitamina D, número maior em determinados grupos, como por exemplo: os idosos. Diante desta nova pesquisa realizada por Michael Holick cabe lembrar que há mais de vinte anos, muitas publicações vêm correlacionando a sazonalidade das doenças respiratórias virais, frequentes no inverno, com o período de baixa exposição solar e natural deficiência de vitamina D.
Referências: Kaufman HW, Niles JK, Kroll MH, Bi C, Holick MF (2020) SARS-CoV-2 positivity rates associated with circulating 25-hydroxyvitamin D levels. PLoS ONE 15(9): e0239252. doi.org/10.1371/journal.pone.0239252