Um dos muitos reflexos negativos da pandemia do novo Coronavírus para a saúde foi a considerável queda no número de transplantes no país. Segundo levantamento da Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos (ABTO), a taxa de doadores efetivos caiu 6,5% em comparação ao primeiro semestre do ano passado. Além disso, a lista de espera para recebimento de um órgão cresceu 15% no mesmo período. Diante desse cenário, a EMS, que tem forte atuação no segmento, se mobilizou para criar o projeto Transplante Seguro, iniciativa que tem como objetivo apoiar a retomada dos transplantes e as pessoas que necessitam de doações de órgãos em território nacional.
O projeto consiste na disponibilização de testes RT-PCR Covid-19 para importantes centros e serviços de transplantes do país, uma vez que, por protocolo da ABTO, a cirurgia hoje só pode ocorrer após testagem negativa para Covid-19.
“Temos uma conhecida atuação nessa área e, durante a pandemia, não poderia ser diferente, muito pelo contrário: estamos reforçando o nosso papel de empresa socialmente responsável e trazendo à tona o tema da doação de órgãos, que tem sido tão impactado. Acompanhamos de perto a triste realidade da queda dos números de doações. Como uma empresa de saúde, queremos contribuir para que esse cenário seja mudado rapidamente e não deixar o transplante morrer no Brasil”, afirma Alexandre Gonçalves, diretor da unidade Hospitalar da EMS.
Além dessa iniciativa, a EMS atua em diversas frentes de fomento a transplantes no Brasil. Uma delas, o patrocínio das atletas transplantadas Débora Reichert, Patricia Fonseca e Priscilla Pignolatti, que participariam do Ironman 70.3, etapa Florianópolis, competição adiada devido à pandemia, mas que promoveram no lugar o “Kms pela Doação”, um desafio esportivo em 27 de setembro, Dia Nacional da Conscientização sobre Doação de Órgãos, para mobilizar cada vez mais pessoas em prol de uma causa: a importância da doação de órgãos.
Transplantes no Brasil
No fechamento do primeiro semestre de 2020, a ABTO informou que 40.740 pacientes estavam na lista de espera para vários tipos de transplantes no Brasil. Os dados mostram que houve diminuição no número de transplantes de pâncreas (-29,1%), pulmão (-27,1%), coração (-27,1%), rim (-18,4%) e fígado (-6,9%), e, de forma mais acentuada, de córneas (-44,3%) em comparação ao primeiro semestre de 2019. Para evitar o risco de contaminação pela Covid-19 durante a internação, também houve queda nos transplantes com doador vivo, tanto de rim (-58,5%) quanto de fígado (-23,6%). A Covid-19 tem colaborado para essa redução, embora a recusa familiar continue se mostrando o principal entrave à doação.