Levantamento realizado pelo Sindilab (Sindicato dos Laboratórios de Pesquisas e Análises Clínicas) do Distrito Federal, aponta que o setor privado de diagnósticos atingiu, neste dia 9 de dezembro, a marca de 3 milhões de testes para detecção do novo Coronavírus, causador da Covid-19. O período do levantamento é de quase 9 meses e começou a ser contabilizado em 11 de março. Ao todo, foram considerados as demandas de 172 empresas e 282 unidades de atendimento espalhados por todo o DF, que atendem aproximadamente 50% da população.
“Vivemos uma situação atípica no Distrito Federal. Enquanto nos outros estados a média de testes realizados em solicitações particulares e por planos de saúde alcançaram média inferior a 15%, registramos 40% da demanda por testes realizados pela iniciativa privada”, afirma o presidente do Sindilab, Alexandre Bitencourt.
Para o Sindilab, a demanda para testagem da Covid deve ser manter alta nos próximos 3 meses. “Na segunda quinzena de novembro registramos um novo pico por conta do aumento registrado nas taxas de contágio. O reflexo deste aumento na procura dos últimos 15 ou 20 dias pode ser percebido agora pelas iniciativas de endurecimento nas medidas de restrições por parte do GDF”, destaca.
Entre os principais motivos elencados pelo Sindilab para a consolidação deste cenário está o fato de que o acesso a planos de saúde no distrito Federal é acima da média nacional, renda per capita também acima da média nacional e a articulação do setor empresarial que investiram em testagem para retomada da atividade econômica. “Entre julho e agosto foram realizados 40% do total de testes consumidos desde o início da pandemia”, explica.
Os testes realizados por plano de saúde no DF responderam por apenas 7% do total, enquanto financiados por empresas a empregados e acionistas responderam por 40% do total dos exames foram solicitados via atendimento particular. Por fim, 47 % dos exames realizados pela iniciativa privada são solicitadas por clínicas e hospitais sendo ambos particular ou convênio.
O levantamento do Sindilab indica que os testes para Covid-19 responderam em média, no período do levantamento, por cerca de 40% da demanda nos laboratórios, enquanto outros tipos de exames registraram uma queda acentuada de 75% nos 3 primeiros meses da pandemia, passando por uma fase de recomposição a partir de julho, estabilizando em uma retração de 20% no volume no comparativo entre janeiro e setembro de 2020 com o mesmo período do ano passado.
Os dois os principais tipos de testes disponibilizados para a população do DF são os detecção direta, através de PCR (detecção de RNA viral) e os testes rápidos por imunocromatografia ( detecção de anticorpos IgM e IgG ). O PCR respondeu por 38% de toda demanda ao longo do ano, enquanto o IgM e IgG responderam por 60%. Os testes rápidos, que também são vendidos em farmácias, entretanto possuem baixa sensibilidade, ficaram com 2%.
“Ainda estamos hoje com um movimento 20% abaixo da normalidade em comparação com o registrado no mesmo período do ano passado. Entretanto, estamos sentindo um aumento progressivo. Campanhas como o Outubro Rosa e o Novembro Azul desde que foram criadas exercem um papel importante de estímulo às pessoas a cuidarem da prevenção, o que acaba impactando positivamente os resultados do nosso setor”, analisa Bitencourt.
O Sindilab não acredita em uma total recomposição de perdas para o setor ainda em 2020, mas vê com otimismo os próximos meses. “O período de férias entre o final e início do ano é um momento que muitas pessoas podem se dedicar a realizar seus exames preventivos anuais, o famoso “check-up”. Isso deve estimular nossas empresas. Além disso, seguiremos atendendo a demanda da Covid19 enquanto a pandemia não for embora por completo, inclusive possivelmente oferecendo novas modalidades de testes que em breve chegarão ao mercado”, finaliza.