Ao longo de 2020, com a chegada da pandemia de Covid-19 no Brasil, profissionais de saúde tanto da rede pública quanto da rede privada tiveram de conviver com diversas situações estressoras, desde a falta de conhecimento sobre uma doença nova ao distanciamento da família e o estigma ao ser infectado.
Segundo dados publicados no Guia de Saúde Mental Pós-Pandemia no Brasil, assinado pela jornalista Natália Cuminale, cerca de 20% dos profissionais de saúde são acometidos por quadros de depressão, e até 25% sofrem de ansiedade.
Cuidados direcionados para minimizar os impactos dessas repercussões psíquicas são fundamentais para manter esses profissionais saudáveis. Por isso, o HCor criou seu Programa de Saúde Mental interno. Com ele, médicos, enfermeiros e mesmo a equipe administrativa podem ter acesso a consultas psicológicas oferecidas pela instituição, inclusive por meio de teleatendimento, bem como terapia comunitária entre colaboradores.
Outras propostas do Programa contemplam ainda: fluxo de retorno seguro ao trabalho, permitindo que o colaborador volte às atividades com as adaptações necessárias e com metas reduzidas; ampliação da rede referenciada para Psiquiatria e oferta em horário ampliado de canal telefônico de suporte a crises emocionais 24 horas por dia, todos os dias da semana.
De acordo com Fernando Faraco, gerente médico de Saúde Populacional, a ideia é “melhorar as condições sociais e de trabalho de suas equipes, oferecer assistência à saúde de alta qualidade e fortalecer um ambiente que estimule o autocuidado, prevenção e promoção da saúde”.
Nesse modelo, além de todo o tratamento ser iniciado e coordenado pelas equipes de Atenção Primária à Saúde do programa “Cuidar HCor”, o projeto conta com a participação ativa de diferentes áreas, como a Gerência de Saúde Mental, Bem-Estar, Escritório de Valor, Qualidade, Filantropia e Gestão de Pessoas.
Para a gerente de saúde mental do HCor, Silvia Cury, buscar ajuda é essencial para que não haja evolução mais grave dos sintomas e o que isso pode acarretar de consequências, principalmente em quadros de depressão.
“Com a terapia, o paciente pode trabalhar melhor outras situações de vida que vem junto a crises de ansiedade e depressivas. Já a medicação ajuda a retomar este equilíbrio para o bem-estar do indivíduo”, explica a psicóloga.
Janeiro Branco
A campanha Janeiro Branco incentiva as pessoas a refletirem sobre a forma como estão cuidando do bem-estar psicológico e qualidade de vida.
“Neste ano, no HCor, os colaboradores serão convidados a participar de rodas de conversa, além de receberem dicas de atividades para manter a saúde mental na pandemia e palestras sobre ansiedade e depressão”, conta o representante do serviço de Gestão de Saúde Populacional do hospital.
O calendário anual da instituição ainda prevê rodas mensais de conversa, apresentações sobre outros temas voltados à saúde mental e dicas de outras atividades, tais como a prática de yoga, meditação e orientações de autocuidado.
Sinais e sintomas de ansiedade e depressão
Segundo Silvia, quadros de ansiedade podem se manifestar com diferentes sintomas, tais como: agitação, nervosismo, taquicardia, sudorese, tremores, apetite desregulado, alterações de sono, tensão muscular, preocupações em excesso, medos irracionais, paralisação e inquietação constante.
Por outro lado, a depressão costuma se caracterizar por tristeza, sentimento de abandono ou inutilidade, autoestima baixa, retraimento social, desinteresse por coisas do dia a dia, inapetência, distúrbio de sono, emagrecimento, perda de energia, hipocondria, dificuldades de atenção, concentração e memória.
“Quando os sintomas passam a ser mais frequentes, tornando-se mais intensos e constantes, ou seja, não apenas diante de situações estressoras, é fundamental que o paciente procure ajuda especializada”, orienta a psicóloga.