Covid-19: Hospital alia novas soluções de terapia ocupacional para recuperação de pacientes

Diante da Covid-19, a área da terapia ocupacional ganhou ainda mais relevância, por avaliar o paciente em recuperação e tudo que possa impactar no seu desempenho funcional, realizando melhorias e orientações que culminam na alta hospitalar, preservando sua saúde física e mental. O Hospital Dona Helena, de Joinville (SC), vem implantando, desde agosto do ano passado, diversas medidas de adaptação para melhorar o quadro de pacientes com a nova doença.

Os desafios da recuperação

O tempo prolongado de inatividade do paciente internado resulta em perda considerável de massa muscular, dificultando, nos casos mais graves, o seu desempenho ocupacional e cognitivo. Segundo Laene Veigsding Boldt, terapeuta ocupacional que integra o Serviço de Terapia Ocupacional Hospitalar da instituição, as principais dificuldades apresentadas por esses pacientes são fraqueza generalizada, diminuição da autopercepção corporal e das funções dos membros superiores, como alcançar, manipular e segurar objetos, devido ao déficit de força e coordenação motora fina.

“Um dos nossos principais desafios é promover a diminuição das úlceras por pressão e deformidades articulares, através de coxins adaptados, para auxiliar no posicionamento dos pacientes no leito e na manutenção da postura funcional das extremidades. Além de confeccioná-los, mantemos uma comunicação efetiva com toda a equipe assistencial do paciente para utilização correta dos dispositivos”, explica a profissional. “Também trabalhamos para reabilitar os membros superiores dos pacientes após a Covid-19, para desempenhar suas funções ocupacionais na retomada da independência e autonomia nas atividades básicas e instrumentais da vida diária.”

Em prol do bem-estar físico e mental

As terapeutas ocupacionais da instituição distribuíram kits de posicionamento em pronação (de bruços) e posicionamento dorsal para os pacientes na UTI. “Nas demais unidades de internação, além da distribuição dos kits de posicionamento dorsal, entregamos os kits de atividades terapêuticas, para estimulação cognitiva, que são oferecidos aos acompanhantes de pacientes pós-Covid-19, liberados de isolamento, e aos pacientes menos graves”, informa Laene. “Esses kits têm o objetivo de proporcionar momentos de abstração e redução da ansiedade, minimizando os impactos da hospitalização e contribuindo na manutenção da saúde mental nesse processo de ruptura do cotidiano. Também oferecemos música para aqueles que apresentam humor depressivo e aos que necessitam de estímulos às funções cognitivas”, ressalta.

Para pacientes com sequelas neurológicas, que apresentam dificuldade na preensão de mão, os talheres foram adaptados, aumentando a independência na realização das refeições. Além disso, o Serviço elaborou uma almofada adaptada para diminuir a pressão na região sacral dos pacientes acamados, diminuindo os riscos de úlcera por pressão e incentivando-os a sentarem fora do leito, visando, assim, a melhora da função pulmonar e da função motora.

“Também já estamos elaborando e confeccionando um modelo ideal de adaptação para posicionamento das extremidades dos membros inferiores, com o propósito de minimizar deformidades articulares, devido às ocorrências de encurtamento muscular, ocasionada pela postura equina dos pés, aos pacientes acamados e principalmente para aqueles que estão intubados”, finaliza a profissional.

Serviço ambulatorial disponível para a população

Atualmente, o Serviço Ambulatorial de Terapia Ocupacional é composto quatro terapeutas ocupacionais, que atuam também no âmbito hospitalar: Jane Borba Leal dos Santos, Laene Veigsding Boldt, Stefanie Lara Ribeiro Sa e Walkirya Stael Miotto. Localizado no 10º andar do Centro Clínico do Hospital Dona Helena, o serviço atua nas áreas da ortopedia de mão, neurologia, neuropediatria, pediatria, psiquiatria e geriatria. No atendimento, recursos terapêuticos são utilizados para prevenir e tratar o que estiver deficitário dentro de aspectos sensoriais (como audição, olfato, visão, tato e a propriocepção); aspectos cognitivos, motores, sociais e emocionais.

Redação

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