No Dia Mundial da Saúde, comemorado neste 7 de abril, o tema que mais preocupa os sistemas de saúde do mundo é a sobrecarga causada pela pandemia da Covid-19 em muitos hospitais. Um dado importante é que esse colapso ocasionou um crescimento de 35% no número de pacientes atendidos em home care no país, modalidade de assistência que passou a atuar em novas frentes com a crise sanitária. “O home care tem tido uma procura maior durante a pandemia, mas nosso grande objetivo é destacar que esse tipo de atendimento pode ser uma alternativa ao longo prazo para que não faltem leitos nas redes privadas”, comenta João Paulo Silveira, CEO da Domicile e especialista em Fisioterapia Cardiorrespiratória pelo Hospital das Clínicas Da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HCFMUSP). A empresa vem tratando pacientes em casa, inclusive no tratamento da Covid com respiradores e oxigenoterapia.
Em um momento em que a sociedade ainda inspira cuidados pela pandemia, outras alternativas, além da vacina, vêm sendo discutidas. Uma delas é o tratamento home care, em que o paciente pode ter seu tratamento médico feito domiciliarmente. A situação dos hospitais no Brasil ainda é complicada, 16 estados brasileiros e o Distrito Federal estão com mais de 90% de ocupação dos seus leitos de UTI, como mostrou um levantamento realizado junto às secretarias de Saúde estaduais, atualizado na madrugada do último domingo (4).
“O grande diferencial que abre caminhos para o home care no mercado de saúde é a tecnologia, além da qualidade nos atendimentos em domicílio. Hoje, conseguimos realizar um simples e pontual procedimento médico até tratar um paciente de alta complexidade, com respiradores e equipamentos de suporte à vida”, explica o CEO da Domicile Home Care, empresa presente em todos os estados brasileiros e que opera com 30 convênios médicos. O modelo de negócio da empresa funciona, principalmente, por meio de convênios médicos. São eles que contratam a empresa para operar o home care e com isso desafogar o sistema de saúde, aumentando a rotatividade dos leitos hospitalares e mantendo o padrão de atendimento médico.
O Brasil tem, atualmente, cerca de 830 empresas de home care, segundo último censo feito pela Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas) e o Nead. A receita anual é estimada em R$ 10,6 bilhões, sendo 57,5% geradas por internações domiciliares (que custam, em média, 35% menos do que as hospitalares). O restante, 42%, vem dos atendimentos em casa. Em 2019, foram atendidos cerca de 292 mil pacientes. Os números de 2020 ainda estão sendo compilados.
“Nossa primeira missão, neste momento, é ajudar o sistema privado e publico de saúde a desafogar seus leitos. Tanto no atendimento de pacientes crônicos, que precisam de uma estrutura, como daqueles que sofreram uma fratura, fizeram uma cirurgia e vão precisar de antibiótico endovenoso, por exemplo. Eles não precisam ficar no hospital para tomar antibiótico, podem receber em casa”, encerra Silveira.