7 fatos sobre a luz intensa pulsada para doenças oculares

Recentemente, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou duas tecnologias de luz intensa pulsada para tratamento de condições oculares, como a síndrome do olho seco, blefarite (inflamação crônica das pálpebras) e meibonite (inflamação das glândulas de Meibômio).

Porém, a luz intensa pulsada, usada para tratamentos de doenças nos olhos, não é a mesma usada em tratamentos estéticos. Além disso, precisa ser aplicada por um oftalmologista, especializado e treinado para usar o equipamento.

Com a ajuda da oftalmologista Dra. Tatiana Nahas, especialista em doenças das pálpebras e Chefe do Serviço de Plástica Ocular da Santa Casa de São Paulo, fizemos uma lista dos 7 fatos mais importantes sobre a luz intensa pulsada para tratamentos de patologias oculares.

1- Desenvolvimento e evidências científicas

A luz intensa pulsada tem sido amplamente utilizada na dermatologia para o tratamento de várias doenças de pele. E foi justamente a observação dos efeitos da tecnologia nessas patologias que permitiu expandi-la para a área oftalmológica.

Isso porque observou-se que a luz pulsada, aplicada em algumas doenças de pele, tinha como efeito secundário a melhora de sintomas do olho seco. A partir dessa observação, foram realizados estudos clínicos para analisar se isso se confirmava em pacientes com blefarite, meibonite e olho seco.

Um desses estudos, publicado em 2019, no Journal of Ophatalmology, apontou uma melhora significativa dos sintomas, em apenas três sessões de luz pulsada. Além disso, mostrou um ótimo perfil de segurança, sem efeitos adversos, com redução drástica de recorrência das crises de blefarite no grupo que recebeu o tratamento.

2-Como funciona

A energia luminosa da luz intensa pulsada é transformada em energia térmica, que permite a coagulação e ablação de capilares, com redução dos fatores inflamatórios. Também atua na redução de ácaros e bactérias envolvidos na blefarite.

Por último, o efeito térmico ajuda a desentupir as glândulas de Meibômio, facilitando a saída da secreção. E isso também ajuda a melhorar o filme lacrimal. Esse aspecto é extremamente importante para a melhora do olho seco.

3- O que pode ser tratado

A luz pulsada pode ser aplicada para pacientes com olho seco, blefarite, meibonite. Observou-se também que há benefícios em pacientes com terçol e calázio de repetição.

4- Quem pode aplicar

A luz intensa pulsada usada em patologias oftalmológicas deve ser aplicada por meio de um aparelho específico para esse fim. Além disso, só pode ser aplicada por um médico oftalmologista que tenha passado pelo treinamento e tenha experiência em manusear o aparelho, com todos os protocolos de segurança exigidos.

5- Quantas sessões precisa fazer

A luz intensa pulsada para tratamento da blefarite, meibonite e suas complicações é realizada por meio de três sessões, com intervalos de 15 dias. Cada aplicação dura em torno de 3 a 5 minutos, sendo indolor.

6- Quanto tempo dura o efeito

Os resultados são imediatos e cumulativos. Recomenda-se fazer uma sessão de controle anualmente.  Um procedimento adicional pode ser aplicado no dia 75 dependendo da severidade dos sintomas.

7- Pós procedimento

A aplicação é indolor. Portanto, não necessita de nenhuma sedação. Não é necessário repouso. O paciente pode retomar suas atividades imediatamente após a aplicação.

Redação

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