O gene KRAS foi um dos primeiros que a oncologia molecular descobriu na espécie humana. Apesar de ser um dos genes mais frequentes alterados, especialmente no câncer de pulmão, ainda não há, no Brasil, um medicamento para tratar pacientes com mutações no KRAS. Nos Estados Unidos, a droga foi aprovada pela FDA – agência reguladora de saúde americana, no dia 28 de maio, para pacientes com mutações G12C no gene KRAS. No Brasil, pacientes de câncer de pulmão em estágio avançado não fazem tratamento específico e aguardam a aprovação da mesma terapia pela Anvisa. Estudo inédito conduzido pelo oncologista Luiz Henrique Araujo, assessor do Grupo Pardini, publicado pela BMC Câncer, principal publicação da área, comprova a importância de acelerar a aprovação do remédio.
O estudo recente revela a presença epidemiológica da mutação G12C no gene KRAS em pacientes com câncer de pulmão no Brasil, considerando que esse tipo de câncer tem a maior incidência e a principal causa de morte no país. A pesquisa considerou quase 5 mil pacientes testados pelo Laboratório Progenetica, uma empresa do Grupo Pardini e identificou que 7,4% deles apresentaram a mutação G12C de KRAS. “A porcentagem pode parecer pequena, mas o universo de pacientes que aguardam pela medicação para iniciarem um tratamento alvo, com pílula, é gigante. Os dados servem de embasamento para a Anvisa aprovar a terapia e também para os planos de saúde considerarem o impacto financeiro do tratamento”, explicou o médico.
Enquanto isso, o Grupo prevê para julho, o lançamento de um exame inovador de biópsia líquida, que por meio de amostra de sangue é capaz de identificar a presença da mutação específica.