Campinas (SP) contabilizou 2.039 casos e 95 mortes entre 11 e 17 de julho, período correspondente à 28ª Semana Epidemiológica. Em relação à semana anterior, os números expressam variações positivas de 10,34% e 17,28%, respectivamente. Os dados estão disponíveis em nota técnica do Observatório PUC-Campinas divulgada nesta terça-feira (20). (VEJA NOTA COMPLETA)
Os aumentos ocorrem mesmo com avanço da vacinação no município. No último sábado (17), a campanha de imunização alcançou 32 mil pessoas, recorde para um único dia. Com isso, mais de 50% da população já recebeu a primeira dose e cerca de 17% está completamente imunizada. A Secretaria de Saúde promete ampliar a capacidade de aplicação da vacinação, podendo chegar a 70 mil doses semanais.
Para o infectologista André Giglio Bueno, professor de Medicina da PUC-Campinas, os números mostram que a sociedade deve se manter atenta aos riscos de infecção. Embora avançada neste momento, a vacinação ainda não chegou para metade da população da cidade. Ele frisa, ainda, que o volume de internações – 1.188 no Departamento Regional de Saúde de Campinas (DRS-Campinas) na 28ª Semana Epidemiológica – continua elevado.
“É necessário ter cautela ainda. Recentemente foi identificado o primeiro caso de covid-19 pelo variante delta na cidade de São Paulo num indivíduo sem histórico de deslocamento ao exterior ou contato com viajantes, indicando que há circulação da nova cepa. Esse fato, combinado com as flexibilizações que já começaram a acontecer, gera preocupação adicional quanto ao cenário dos próximos meses”, afirma o médico.
Do ponto de vista econômico, a instabilidade segue pairando sobre toda a região de Campinas neste período de pandemia. Depois de um primeiro trimestre positivo, a criação de novos postos de trabalho tem desacelerado na RMC, de acordo com estudos do Observatório PUC-Campinas. Destaca-se que há aumento significativo no pedido de seguro-desemprego em âmbito regional. Na comparação entre os meses de maio de 2020 e 2021, o número de desligados no município de Campinas, por exemplo, cresceu 27,13%.
“Portanto, é preciso lembrar que, apesar das boas expectativas de retomada devido ao avanço da vacinação, um crescimento sustentado de longo prazo deve ser acompanhado pela melhora efetiva do emprego e da renda”, destaca o economista Paulo Oliveira, responsável pelas notas técnicas do Observatório PUC-Campinas referentes ao Coronavírus.
Os dados atualizados da covid-19 nos municípios paulistas, incluindo a RMC, podem ser obtidos no Painel Interativo do Observatório: observatorio.puc-campinas.edu.br/covid-19.