A telemedicina é uma realidade no Brasil e os resultados desta ferramenta são os melhores possíveis. Exemplo disso é que, nos últimos 14 meses, quando foi declarada a pandemia no Brasil, mais de 7,5 milhões de atendimentos foram realizados, por mais de 52,2 mil médicos, via telemedicina no Brasil. 87% deles foram das chamadas primeiras consultas. Esses números já revelam que a aprovação da Lei 13.989 já apresenta impactos no sistema de saúde.
Além disso, dados da Associação Brasileira de Empresas de Telemedicina e Saúde Digital, mostram que o índice de resolutividade dos atendimentos nas consultas de pronto atendimento foi de 91%, ou seja: pacientes tiveram suas queixas resolvidas e não precisaram recorrer ao pronto-socorro em segunda instância. A organização estima que 75 mil vidas tenham sido salvas no Brasil com a telemedicina.
Quem tem observado as vantagens neste tipo de atendimento é o médico cardiologista Dr. Roberto Yano: “Muitas pessoas ainda estão mantendo o isolamento social e o distanciamento físico, daí enfrentam uma certa resistência a sair de casa. Mas a saúde não para e precisa ser cuidada, daí essa tecnologia veio a somar no momento certo”. Ele acrescenta ainda que mesmo distantes fisicamente, a consulta pode ser feita normalmente: “Não há complicações. Basta observar que na tela do computador a conversa é igual como se você estivesse conversando com um parente de fora. Informações adicionais como exames, por exemplo, podem ser enviadas por e-mail ou pela plataforma onde a conversa está sendo realizada. Ou seja, não há impedimentos para que a consulta atenda a expectativa do paciente”.
Com a telemedicina, Dr. Yano acredita que os pacientes terão também mais profissionais prontos para atender suas necessidades: “Na internet não existem barreiras físicas. Então, um paciente que mora em um estado pode procurar um médico de outro, por exemplo. E isso é muito bom, pois ao mesmo tempo o profissional terá condições de atender novos pacientes, enquanto quem procura auxílio médico pode ser atendido por alguém que ela deseja, mesmo que esteja longe fisicamente”.
Vale lembrar que a prática de teleconsulta era restrita no Brasil, mas, pressuposto aprovado em março do ano passado, garantiu ao Conselho Federal de Medicina a possibilidade de regulamentá-la após o fim da emergência sanitária. De acordo com o texto, o médico deverá informar ao paciente todas as limitações próprias do uso da telemedicina, já que não é possível realizar exame físico durante a consulta. Mas, “ainda assim, segundo a lei, a prestação desse serviço seguirá os mesmos padrões normativos e éticos usuais do atendimento presencial, inclusive em relação aos pagamentos”, conclui Dr. Yano.