Conhecida como uma “doença silenciosa”, por ser pouco diagnosticada até chegar em sua fase crítica, a osteoporose é combatida, principalmente, com o uso de um tipo de fármaco – os chamados antirreabsortivos. Esses medicamentos atuam inibindo a reabsorção da massa óssea, permitindo um ganho maior da mesma, e melhorando a qualidade dos ossos, o que, consequentemente, reduz o risco de fratura. O uso dessas substâncias será discutido no próximo ‘ABRASSO em Pauta’, no dia 27 de novembro, das 8h30 às 11h30.
O evento é online e voltado para médicos de todo o Brasil. Nesta edição, participarão ao vivo, durante a transmissão pela plataforma Zoom, quatro médicos especialistas no estudo do metabolismo ósseo. São eles: os endocrinologistas Francisco José de Paula, Leonardo Bandeira e Marise Lazaretti Castro, e o ginecologista Ben Hur Albergaria.
A estratificação de risco de fratura e sua implicação na escolha do tratamento também será abordada durante o evento, assim como a discussão de um caso clínico. “Os antirreabsortivos são remédios acessíveis, especialmente os bisfosfonatos orais, muitas vezes fornecidos pelo SUS (Sistema Único de Saúde). Por isso, é necessário que a classe médica conheça profundamente seus benefícios e efeitos colaterais”, explica Marise Lazaretti.
Para Francisco de Paula, presidente da ABRASSO, o formato do ‘ABRASSO em Pauta’ permite um debate amplo e descontraído. “É um momento para discussão de casos e de compartilhar conhecimento e dúvidas sobre o tema. A grande expectativa do evento é aumentar a conscientização médica em relação às doenças osteometabólicas, em particular, a osteoporose”, salienta.
Tipos de antirreabsortivos
Existem muitos tipos de antirreabsortivos. Estrógenos, bisfosfonatos e o denosumabe, por exemplo, possuem diferentes mecanismos de ação, assim como posologia e forma de administração. “Os bisfosfonatos são o grupo de medicamentos para osteoporose mais utilizado no mundo. No Brasil, existem opções de uso oral diário, semanal e mensal. Ainda há a possibilidade de tratamento com aplicação anual por via endovenosa”, ressalta Francisco de Paula.
Nutricionistas, educadores físicos e fisioterapeutas podem fazer parte do tratamento da osteoporose, mas a prescrição dos antirreabsortivos é função dos médicos. “A osteoporose é pouco diagnosticada. Cabe aos médicos conhecerem mais para tratarem mais. Para isso, é necessário aprendizado. E os antirreabsortivos, principalmente bisfosfonatos, fazem parte de quase todos os casos de tratamentos da doença”, explica Leonardo Bandeira.
Osteoporose no Brasil e no Mundo
Segundo a SBEM (Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia), no Brasil, as fraturas osteoporóticas causam cerca de 200 mil mortes por ano. A OMS (Organização Mundial da Saúde) indica que uma a cada duas mulheres terá uma fratura óssea, e que ocorrem cerca de nove milhões de fraturas globalmente por ano. A IOF (International Osteoporosis Foundation) aponta que cerca de 10 milhões de brasileiros têm a doença, porém, apenas 20% estão cientes disso.
Dados publicados, em 2019, pela revista científica Journal of Medical Economics, mostram que a osteoporose custa R$ 1,2 bilhão por ano para a economia brasileira. Cerca de 61% deste valor, o que equivale a R$ 733,5 milhões, está associado à perda de produtividade do paciente. A pesquisa aponta, ainda, que as despesas com hospitalização representam R$ 234 milhões e os custos cirúrgicos, R$ 162,6 milhões.