Até setembro deste ano, a doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) causou 5.787 internações no sistema de saúde público, segundo o Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (Datasus)[3]. Ainda subdiagnosticada, essa doença que atinge 10,1% da população1 recebe uma atenção dobrada no mês de novembro quando se tenta conscientizar a sociedade sobre a atenção que se deve ter prevenção, sintomas e tratamentos da DPOC, uma enfermidade pulmonar agressiva e causada, principalmente, pelo tabagismo.
Como parte deste esforço, a associação Crônicos do Dia a Dia (CDD) realiza a live especial #ViverComDPOC, no dia 24 de novembro, às 17h, com a participação do Dr. Rafael Stelmach e da Dra. Angela Honda, ambos pneumologistas e membros da Fundação ProAR. Os dois especialistas irão debater sobre sintomas, impactos e tratamentos da DPOC, um problema que, segundo a Organização Mundial de Saúde, é a quarta maior causa de óbitos no mundo[4].
Segundo o diretor geral e fundador da CDD, Gustavo San Martin, essa é uma doença negligenciada no Brasil e que passou dez anos sem uma atualização do protocolo clínico de diretrizes terapêuticas até esta semana. “Tivemos um ganho importante com o aumento do arsenal terapêutico para tratamento da DPOC, ainda não é o ideal, mas é um avanço importante para continuarmos na luta por mais diagnósticos precisos e disponibilidade de tratamentos”, explica Gustavo San Martin, diretor geral e fundador do CDD.
“É uma doença muito prevalente e com muitos sub diagnósticos. Há muitas pessoas que ainda não sabem que têm a doença. Esse evento (live) é importante para que cada paciente ou familiar com sintomas consiga ajudar a identificar e que possam ser tratados precocemente. É importante que a gente faça essa discussão com uma linguagem que atinja mais pessoas, assim mais informação de qualidade deve chegar à sociedade”, diz a médica Angela Honda.
O termo genérico DPOC é usado para descrever doenças pulmonares progressivas caracterizadas pela falta de ar, incluindo enfisema, bronquite crônica e asma refratária (não reversível). Atualmente, a DPOC é incurável, entretanto, com o diagnóstico e tratamento corretos, há muitas coisas que o paciente pode fazer para controlar a doença e respirar melhor[5].
Seus principais sintomas incluem aumento da falta de ar, tosse frequente (com e sem muco), chiados e pressão no peito e estão frequentemente associados a uma história de tabagismo, exposição a longo prazo aos poluentes atmosféricos (incluindo poluição e fumo passivo)[5].
“A tosse, o cansaço e a falta de ar que o paciente sente muitas vezes é ignorado ou tido como ‘normal’ atrasando muito o diagnóstico e tratamento. Quando a pessoa apresentar esses sintomas é importantíssimo procurar um médico”, alerta Angela.
O diagnóstico da DPOC pode ser realizado por meio do exame de espirometria, que mede quão bem os pulmões estão trabalhando. É um exame simples e não invasivo que pode mostrar ao médico o quão grave pode ou não a DPOC.
Geralmente, o tratamento indicado pelo médico inclui o uso de um de um dispositivo inalatório broncodilatador (spray, equipamento de névoa ou pó seco). Mas, os pacientes também precisam participar de programas de reabilitação com fisioterapia respiratória e praticar atividade física para melhorar a qualidade de vida.
“Precisamos cuidar da saúde pulmonar, principalmente diante da Covid-19. Estudos mostram que pacientes com DPOC tem um risco mais alto de ter Covid-19 grave com maior mortalidade”, afirma Angela.
A live será transmitida pelo CDD no Facebook e Youtube.
Referências:
[1] Lamprecht B, et al. COPD in never smokers: Results from the population-based burden of obstructive lung disease study. Chest 2011.
[2] Menezes AMB, et al. Chronic obstructive pulmonary disease in five latin american cities (the PLATINO study): a prevalence study. Lancet 2005; 366:1875-81.
[3] Disponível em site
[4] Disponível em site
[5] Chronic Obstructive Pulmonary Disease Foundation; disponível em: site