Em um mundo globalizado e extremamente conectado, com acesso à informação em tempo real, há ainda uma lacuna que somente a humanidade pode preencher: a comunicação assertiva e empática, que dá voz às nossas dores. Assim é preciso ser na área da oncologia. O Brasil deverá registrar 625 mil novos casos de câncer para cada ano do triênio 2020/2022, segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA) e, diante de tanta tecnologia e ferramentas que proporcionam um crescimento de conhecimento em grande escala, é preciso mudar o olhar que se tem sobre a doença.
“Uma pessoa diagnosticada com câncer, sai do consultório ainda perdida, sem saber o que deve fazer, para onde deve ir, e naquele momento começa uma jornada que vai mudar tudo na vida dela, a primeira ação é pesquisar tudo na internet e encontra inúmeras informações, que raramente apontam para direção correta e muitas vezes erradas. Precisamos tirar esse estereótipo da doença e trazer esse cuidado com o paciente para cima da mesa”, afirma Renan Aleluia, CEO e fundador da Ana Saúde, a primeira clínica digital especializada em oncologia e atenção primária ao paciente com câncer, que conta com uma rede de apoio multidisciplinar e integrada, com mais de 5 mil médicos e profissionais da saúde, como nutricionistas, psicólogos, farmacêuticos, enfermeiros e preparadores físicos.
Uma das principais vertentes da healthtech é justamente a de ser um apoio no momento em que as pessoas mais precisam, afinal, o estigma que ronda o câncer é sempre um tabu pouco discutido na sociedade. No entanto, o mesmo mundo que traz tantas informações negativas também demonstra a sua evolução na medicina, e mostra que está na hora da mudança de comportamento. “Os pacientes precisam ser ouvidos. E hoje eles têm todo e qualquer tipo de comunicação para fazer isso, literalmente, na palma da mão. Após a chegada da pandemia, a telemedicina hoje tem que ir além do atendimento médico. Ela precisa ser uma rede de apoio, acolhedora, orientadora, e principalmente, acessível. Nossos valores são pautados nas necessidades do paciente, o produto foi criado a partir de insatisfações com sistema de saúde exposto por eles com pitadas de medicina baseada em evidências”, conta Aleluia.
Para fazer isso, a startup contou com uma área liderada por uma paciente, a influencer e ativista Linda Rojas que tem a missão de fazer o paciente ser ouvido por meio do focus group mensal, onde o paciente conta a sua história e permite que o time da Ana Saúde busque compreender cada detalhe da jornada dele. Além disso, foi convivendo com a fibromialgia ao lado de sua mãe que ele aprendeu a importância do acolhimento, ouvir sem julgar e de como o carinho e afeto são essenciais para cuidar de qualquer pessoa, porém quando direcionou a carreira para o segmento de saúde, o choque foi inevitável ao se deparar com uma verdadeira indústria de doentes. Um exemplo é o termo utilizado na administração hospitalar de ‘produção’ que são os procedimentos hospitalares realizados, evidenciando que as pessoas são tratadas como um produto.
Com isso em mente, decidiu canalizar todo o know-how adquirido para acolher pacientes com câncer, que são os que mais carecem de atenção. Por meio de assinaturas mensais, que se iniciam em um valor de R$ 49,00, os pacientes têm à disposição um time de saúde completo, formado por diversos especialistas, que realiza a atenção primária de forma digital e integrada, além de reduzir em até 72% os gastos do paciente, potencializando ainda mais o tratamento convencional.
O objetivo, de acordo com o CEO, é dar voz aos pacientes e fugir do que é ‘mecânico’, pois hoje o que se vê é o medo e o susto que fazem os processos entrarem no modo automático. “Estamos lidando com sentimentos, emoções, com vidas. Pessoas que estão buscando ser donas dos seus próprios destinos diante das adversidades e que muitas vezes estão travando guerras para conseguir fazer um único exame. A Ana Saúde chega para trazer não apenas facilidade e praticidade, mas também informação e assistência em qualquer campo”, completa.