Saúde 4.0 foi um dos temas da 15ª Reunião do Grupo Executivo do Complexo Industrial da Saúde – GECIS, em Brasília (DF), no dia 27 de março, com a presença do Ministro da Saúde, Ricardo Barros. Participaram pela Aliança Brasileira da Indústria Inovadora em Saúde (ABIIS) o diretor Carlos Eduardo Gouvêa e o diretor-executivo José Márcio Cerqueira Gomes. O principal objetivo das reuniões do GECIS é debater a política nacional de inovação tecnológica na Saúde e parcerias para o desenvolvimento produtivo.
Carlos Eduardo Gouvêa aproveitou a oportunidade para defender mais atenção ao Saúde 4.0, afirmando que, embora os avanços tenham sido muitos, principalmente na questão das Parcerias para o Desenvolvimento Produtivo (PDPs) envolvendo medicamentos essenciais, é necessário evoluir na área de Produtos para Saúde. “Neste sentido, não basta apenas olharmos fábricas públicas que tenham condição de absorver transferência de tecnologia, mas também considerarmos a possibilidade de contarmos com hospitais públicos que possam servir de ‘campos de prova’ em verdadeiras parcerias múltiplas. Isto se faz necessário por conta da nova realidade que enfrentamos no ‘Saúde 4.0’, que é a conectividade permanente imposta pela Internet das Coisas”, defendeu.
A ABIIS apoia o projeto do “Hospital e UTI 4.0”, desenvolvido pelo Grupo de Automação Elétrica em Sistemas Industriais (GAESI/Poli), pelo Instituto de Radiologia (InRad) e pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HCFMUSP). “Teremos em breve várias UTIs com tecnologia médica totalmente integrada e interagindo de forma dinâmica entre si, permitindo os diversos ganhos esperados com o Saúde 4.0. O melhor é que poderemos fazer as comparações com a realidade atual, no próprio Hospital das Clínicas, para fazermos todas as medições e estudos comparativos, comprovando-se os benefícios ao paciente, graças a uma logística mais inteligente, acesso a informações sobre a terapia, resultados, entre outros”, contou Gouvêa.
O diretor da ABIIS reforçou também os grandes avanços obtidos na área da Saúde, com o desenvolvimento dos projetos pelo GECIS, garantindo maior participação, transparência e governança do sistema, que acaba levando ao desenvolvimento do setor, através das PDPs. Mas frisou que boa parte deste sucesso está alicerçada em bases sólidas de legalidade e previsibilidade e, neste sentido, é essencial que o Ministério da Saúde continue apoiando a ANVISA com as suas decisões técnicas, inclusive na utilização do arcabouço regulatório já criado até o momento. “O registro sanitário, por exemplo, é atualmente a garantia de que o sistema vai funcionar com base em sistemas de qualidade, rastreabilidade e garantia de segurança ao usuário ou paciente. Desconsiderá-lo em eventuais processos de compra pelo Ministério da Saúde seria uma afronta a todo o esforço empreendido, bem como pelo investimento feito pelo Setor Regulado e segurança jurídica que norteia todas as relações”, finalizou Carlos Eduardo Gouvêa.