A Merck, em parceria com a Associação AME (Amigos Múltiplos pela Esclerose), investigou as diferenças entre as percepções dos médicos e seus pacientes em relação à Esclerose Múltipla (EM). Os resultados parciais apontam que 59% dos médicos acreditam que orientam na consulta sobre o acompanhamento multidisciplinar, mas só 30% dos pacientes concordam com isso.
O acompanhamento multidisciplinar é um tipo de tratamento que reúne diferentes especialistas, que trabalham a saúde física e mental dos pacientes. Para pessoas com Esclerose Múltipla, por exemplo, esse tipo de acompanhamento auxilia no bem-estar cotidiano com a doença.
A pesquisa também revelou que apenas 47% dos pacientes ficam confortáveis em discutir qualquer assunto com seus médicos, enquanto os médicos não acreditam nessa afirmação.
“Estes resultados, ainda que parciais, são um instrumento de compreensão das percepções de médicos e pessoas com Esclerose Múltipla quanto à doença, aos impactos na qualidade de vida, às necessidades que os pacientes têm e não sentem que elas são cobertas na sua jornada de relacionamento com o médico. A partir disso, é possível discutir, sugerir e facilitar a melhoria da comunicação entre médicos e pacientes, em um ambiente em que ambos os lados devem buscar mais conhecimento, informação, e também empatia, a fim de melhorar todo o contexto da pessoa que se submete ao tratamento, que vai além de tomar o remédio: os sintomas invisíveis, alimentação, a saúde e os aspectos do indivíduo” explica Raquel Vassão, Medical TA Head de Neurologia e Imunologia na Merck.
Esses são os resultados preliminares de uma pesquisa respondida através de postagens em redes sociais e de convite direto à base de pacientes e médicos da Associação. Até o momento, foi respondida por 390 pacientes e 54 médicos, especialmente neurologistas, com o objetivo de desvendar possíveis divergências entre a opinião do médico e do paciente, e com os resultados compreender os principais pontos de melhoria nesta relação.
Cerca de 81% dos médicos que participaram da pesquisa são da região Sudeste; a maior taxa de participação de pacientes também foi nessa mesma região com 62%, seguido de 20% de respondentes do Sul, 9% do Nordeste, 7% do Centro-Oeste e 2% do Norte. Entre os pacientes que participaram a grande maioria (69%) tem entre 25 e 44 anos, sendo que na amostragem inicial, 77% convivem com a Esclerose Múltipla Remitente Recorrente e 45% fazem uso de medicamentos injetáveis.
Vale destacar que os resultados parciais são diretamente influenciados pela região e situação econômica das pessoas que responderam à pesquisa. Por exemplo, dos pacientes, 41% são atendidos pelo neurologista de planos de saúde suplementar (convênio), enquanto 31% pagam as consultas de forma particular e 28% pelos médicos do SUS.
Para a próxima etapa da pesquisa, que será realizada no decorrer do ano que vem, o objetivo é alcançar uma amostragem mais significativa que represente a totalidade do território nacional para confirmar as hipóteses levantadas.