Com projeção de crescimento entre 30% e 40% e de 5% de redução de custos para 2022, o Hospital Evangélico de Belo Horizonte (MG) e suas nove unidades de negócios médicos, hospitalares e de educação, instalados na capital mineira, Contagem e Betim, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH) têm apostado em diversas ferramentas para consolidar uma trajetória de incremento iniciada no ano passado, com um robusto choque de gestão.
Em 2021, a instituição filantrópica sem fins lucrativos fechou o exercício com faturamento de R$ 191 milhões, 28% de crescimento no comparativo com o exercício anterior. O superavit de R$ 604,452 mil do período foi disponibilizado para o custeio do primeiro trimestre. Atualmente, o Hospital Evangélico – HE atende 75% via SUS e 25% por meio de operadoras e particulares.
Controle dos indicadores
Segundo a diretora da Unidade Serra do HE, em Belo Horizonte, Claudia Hermínia Lima e Silva, a instituição tem adotado soluções de gestão variadas que permitam equilibrar as contas para manter a sustentabilidade do negócio, melhorar os processos para garantir qualidade no atendimento ao paciente, e boas condições de trabalho para os profissionais de saúde.
“Embora o repasse do SUS não cubra os custos dos procedimentos contratados, a adoção de um plano de gestão estratégico tem permitido ao HE equalizar as contas. Fizemos, também, o mapeamento completo da nossa unidade hospitalar, no bairro Serra, para traçar com a participação de gerências, coordenações e também dos médicos do nosso quadro clínico um formato de atendimento sustentável que garanta a oferta e a qualidade dos procedimentos e a sustentabilidade financeira do negócio”, aponta.
Experiência pioneira em Minas Gerais, a criação do Núcleo de Excelência em Segurança, Qualidade e Desfechos Clínicos (NESQUAD) é outra inovação implementada na unidade Serra do HE em BH. “Nossa proposta une setores estratégicos para criar uma estrutura de gestão linear, sistêmica e contínua, por meio da integração de serviços, para aumentar a eficiência assistencial e oferecer uma estadia de qualidade para o paciente”, explica a executiva.
Análise dos dados
A busca por uma gestão sustentável do SUS é uma constante na instituição, onde cada unidade tem a sua estratégia. No caso do Complexo de Serviços de Saúde do Hospital Evangélico em Betim, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), a gestora Juliane Camargos destaca que o acompanhamento periódico dos indicadores de desempenho da unidade é parte da estratégia adotada para alocar melhor os recursos recebidos e alcançar as metas estipuladas pelo gestor público do SUS no município. Em outra frente, essa metodologia também auxilia a gestão a avaliar se a parceria firmada cobre os custos dos serviços contratados ou não.
O Complexo tem uma estrutura composta por Centro de Oncologia com atendimento ambulatorial e de quimioterapia, Centro de Nefrologia com dois salões de hemodiálise, Laboratório de Análises Clínicas e Centro de Oftalmologia. As cirurgias são realizadas no Hospital Público Regional de Betim, até a construção de uma unidade hospitalar do HE no município. Atualmente são atendidos 7 mil pacientes de Betim e cidades do entorno por mês.
“Fazer parte da rede assistencial do SUS em Betim é muito importante para o HE, enquanto instituição filantrópica. Compor esse sistema é um grande desafio que nos permite exercer a nossa missão de servir. Hoje atendemos pacientes que são muito vulneráveis e que recebem atendimento digno e de qualidade. Fazemos uma gestão estreita dos custos e dos processos adotados para alcançar as metas estipuladas, o que nos permite manter a constância do repasse de recursos e também o acesso a incentivos financeiros. Também prestamos conta mensalmente, o que demonstra que somos acompanhados pelo nosso contratante”, ressalta a gestora.
Oftalmologia para todos
Com crescimento de 21,62% nos procedimentos realizados no primeiro trimestre de 2022 (consultas, exames e cirurgias) no comparativo com o mesmo período do ano passado, as duas unidades do Centro de Oftalmologia do HE (BH e Betim) têm o desafio de, com recursos pré-fixados, aumentar o acesso a uma especialidade médica que ainda é desconhecida por 25% dos brasileiros.
Em Minas Gerais, por exemplo, mais de 70% da população não tem planos de saúde e em BH esse percentual é de aproximadamente 50%, o que representa uma demanda expressiva para as duas unidades, tanto para pacientes da capital como do interior, onde a oferta de especialidades ainda não se transformou em realidade, apesar das políticas federais de 2008.
Com uma tela gigante para acompanhamento de todos os números da operação, o médico oftalmologista e especialista em gestão SUS, João Neves, afirma que esse modelo de negócio tem regras próprias. “Precisamos trabalhar com o que se chama de excelência operacional em gestão: máximo perfil de utilização do parque tecnológico instalado (para diluição de custos fixos), processos muito bem estruturados e controlados, estrutura de pessoas mais enxuta possível, mínimo de falhas em processos (para mínimo desperdício). Assim se consegue o máximo de produtividade com mínimo custo por procedimento”, ensina.
Outra parte da estratégia adotada pelas unidades de oftalmologia é se manter no radar do contratante, no caso, o SUS. Além de melhorias da infraestrutura realizada em 2020, com ampliação de 800 metros quadrados, a possibilidade de ampliar a oferta de serviços que caracterizam a atenção básica em oftalmologia, como as consultas refracionais, está nos projetos de curto e médio prazo para a unidade, que avalia a necessidade de nova obra.
Atualmente, os dois centros têm ampliado a oferta de cirurgias como a de catarata, por exemplo. “Apesar das políticas de 2008 para a interiorização do acesso a especialidades médicas, isso ainda não se tornou uma realidade para grande parte da população, o que concentra os atendimentos nos grandes centros urbanos”, analisa.
Com área superior a 1 mil metros quadrados, as duas clínicas têm, juntas, 78 médicos e 96 funcionários. A estrutura inclui, ainda, 5 salas de cirurgia, 3 de exames e 19 consultórios.
Implantação do Tasy
Outro projeto que visa garantir melhores resultados para o HE é a implantação do Tasy, sistema de gestão gerencial e assistencial que permitirá que todas as unidades do HE trabalhem de forma integrada, assegurando a consistência das informações para a tomada de decisão e/ou correção dos rumos do negócio, quando necessário.
“Pacientes recebem atendimento digno e de qualidade”. Não é a 100% real isso.
Recepção do setor de oncologia em Betim, tem um péssimo atendimento. Pessoas sem empatia nenhuma com o outro, grosseiras.
Pacientes que quando descobrem CA no inicio e o é tratamento cirúrgico, demoram mais de 3 meses pra conseguir a cirurgia e mesmo assim sendo adiada varias vezes. Não conseguem cumprir a Lei dos 60 dias. E finalmente quando pacientes conseguem a cirurgia, a maioria quando abre no bloco cirúrgico, o medico ver que o CA já avançou. É um absurdo !