A tecnologia tem transformado a forma como os hospitais e clínicas médicas operam, melhorando a eficiência dos serviços de saúde e, ao mesmo tempo, criando novos desafios para a privacidade e a segurança cibernética.
À medida que a tecnologia se torna cada vez mais avançada e a quantidade de informações pessoais de pacientes armazenadas eletronicamente aumenta, a segurança cibernética e a privacidade dos pacientes se tornam preocupações cada vez mais importantes. Para enfrentar esses desafios, hospitais e clínicas médicas precisam estar atualizados com as últimas tendências em privacidade e segurança cibernética.
Neste sentido, apresenta-se a seguir 10 tendências em privacidade e segurança cibernética no ambiente hospitalar e dentro das clínicas médicas, que podem ajudar as organizações de saúde a se manterem seguras e proteger as informações confidenciais dos pacientes.
- Maior foco na segurança cibernética: Com o aumento do uso de tecnologia em ambientes médicos, os profissionais de saúde estão cada vez mais preocupados com a segurança de informações sensíveis dos pacientes. Por isso, a segurança cibernética se tornará uma das principais tendências em privacidade e cibersegurança no ambiente hospitalar e dentro das clínicas médicas.
- Aumento do uso de tecnologia vestível: Dispositivos vestíveis, como smartwatches e pulseiras de monitoramento, estão se tornando cada vez mais comuns em ambientes médicos. Com o aumento do uso desses dispositivos, a privacidade dos pacientes se tornará ainda mais importante.
- Proteção de dados sensíveis do paciente: A privacidade dos pacientes é uma preocupação crescente no setor de saúde. Com isso, haverá um aumento na proteção de dados sensíveis dos pacientes para evitar que informações confidenciais sejam expostas.
- Investimento em infraestrutura de TI: As organizações de saúde estão investindo em infraestrutura de TI mais avançada, como sistemas de armazenamento em nuvem, para aumentar a segurança dos dados dos pacientes.
- Treinamento de funcionários: A conscientização sobre segurança cibernética será um tema recorrente em treinamentos para profissionais de saúde. Isso ajudará a garantir que os funcionários estejam cientes dos riscos e saibam como proteger as informações dos pacientes.
- Adoção de práticas de zero trust: Com a crescente sofisticação das ameaças cibernéticas, muitas organizações de saúde estão adotando a abordagem de zero trust em sua segurança cibernética. Essa abordagem significa que cada usuário, dispositivo ou aplicativo deve ser autenticado e autorizado antes de ser permitido o acesso a qualquer recurso ou sistema.
- Interoperabilidade: A interoperabilidade ajuda a garantir que todas as informações relevantes sobre o paciente estejam disponíveis para os profissionais de saúde envolvidos em seu cuidado, permitindo uma melhor coordenação do atendimento e uma tomada de decisão mais informada.
- Análise de dados em tempo real: Com o aumento do volume de dados gerados no setor de saúde, a análise em tempo real se tornará cada vez mais importante para identificar possíveis ameaças cibernéticas e tomar medidas preventivas imediatas. As organizações de saúde podem utilizar soluções de análise em tempo real para identificar comportamentos suspeitos e evitar violações de segurança de dados dos pacientes.
- Uso de inteligência artificial: A inteligência artificial será cada vez mais utilizada no setor de saúde para melhorar o diagnóstico e o tratamento de doenças. A privacidade dos pacientes será uma preocupação importante ao utilizar essas tecnologias.
- Monitoramento remoto: O monitoramento remoto de pacientes será cada vez mais comum, especialmente para aqueles que precisam de cuidados constantes. Com isso, a privacidade dos pacientes se tornará uma questão ainda mais crítica.
Para garantir a conformidade com a LGPD e as orientações do CFM, é importante que as organizações de saúde adotem práticas de segurança cibernética robustas, incluindo o uso de autenticação de dois fatores, adoção de práticas de zero trust, investimento em infraestrutura de TI, análise de dados em tempo real, entre outras práticas. Além disso, é fundamental que os profissionais de saúde sejam treinados em segurança cibernética e conscientizados sobre a importância da privacidade dos pacientes.
Ao seguir essas tendências e orientações, as organizações de saúde podem garantir que seus pacientes recebam atendimento de alta qualidade e proteger a privacidade e a segurança das informações confidenciais dos pacientes.
Paulo Vinícius de Carvalho Soares é sócio e Data Protection Officer do Lee Brock Camargo Advogados, mestrando em direito civil pela PUC/SP, especialista em Direito Digital pela Fundação Getúlio Vargas e graduado pela Universidade de São Paulo – USP