Pesquisadores australianos demonstraram que um suplemento dietético que aumenta os níveis de um antioxidante no cérebro, pode representar uma nova estratégia para o tratamento e prevenção de comprometimento cognitivo e doenças neurodegenerativas debilitantes, como a doença de Alzheimer.
Os resultados do estudo foram publicados recentemente na Neurochemistry International.
Uma equipe de pesquisadores do Centro de Envelhecimento do Cérebro Saudável (CHeBA) em Sydney e da Escola de Biotecnologia e Ciências Biomoleculares (BABS) demonstrou que a suplementação dietética com o precursor da glutationa γ-glutamilcisteína (γ-GC), reduziu o estresse oxidativo, neuro inflamação e patologia amiloide nos cérebros de camundongos transgênicos, um modelo animal para estudar a doença de Alzheimer. O estudo também encontrou melhorias cognitivas significativas nos ratos, utilizando o labirinto de água de Morris, um teste que testa a memória em ratos.
O estudo identifica pela primeira vez que o γ-GC é uma estratégia para aumentar a glutationa em um modelo de camundongo com doença de Alzheimer.
O autor principal e líder do Laboratório de Pesquisa do Envelhecimento do Cérebro do CHeBA, Dr. Nady Braidy, disse: “A depleção celular de glutationa tem sido associada ao declínio cognitivo e ao desenvolvimento da patologia de Alzheimer. A suplementação com γ-GC pode aumentar os níveis de glutationa celular”.
Fonte: Yue Liu et al. Supplementation with γ-glutamylcysteine (γ-GC) lessens oxidative stress, brain inflammation and amyloid pathology and improves spatial memory in a murine model of AD, Neurochemistry International (2020). DOI: 10.1016/j.neuint.2020.104931
Rubens de Fraga Júnior é professor da disciplina de gerontologia da Faculdade Evangélica Mackenzie do Paraná. Médico especialista em geriatria e gerontologia
