Morreu ontem um verdadeiro herói da espécie humana. Não apenas por ter sobrevivido por décadas com o corpo paralisado, mas por, este tempo todo, nunca ter deixado de criar e construir. Stephen Hawking é um exemplo para o mundo inteiro, principalmente para quem reclama da vida a todo instante.
Gostaria de fazer algumas considerações sobre ele e sobre alguns ensinamentos que ele nos deixou. Primeiramente, acredito, com toda certeza, que ele não era portador de ELA (Esclerose Lateral Amiotrófica). Ele tinha, sim, uma doença neurológica, mas diferente.
Com isso, deixo uma mensagem aos neurologistas que fazem diagnósticos muito apressados de ELA. Desta forma, vocês vêm fechando o prognóstico de muitas vidas, pois dizer para um paciente que ele morrerá em breve é o mesmo que matá-lo neste mesmo instante.
Na minha opinião, e com autoridade de ser um neurologista especialista em neuromuscular, acredito que as emoções, principalmente as relacionadas ao desprezo, a depressões profundas e à perda de familiares, podem apresentar um quadro clínico parecido não só com a ELA, como também com outras doenças neurológicas.
Gostaria de aconselhar e instruir a neurologia brasileira, que, por sinal, é muito boa e que, na minha opinião, não deve quase nada à praticada no exterior, a considerar seus pacientes como seres humanos, praticando uma medicina humanista e dando valor a essas emoções que podem levar os indivíduos a adoecerem.
Hoje, é o dia em que todos os cientistas e pesquisadores do mundo, e todos aqueles que têm apreço pela ciência devem se levantar e aplaudir fortemente por alguns minutos este homem extraordinário chamado Stephen Hawking, que nunca mais será esquecido.
Beny Schmidt
Ao receber do Conselho Regional de Medicina (CRM) o registro de qualificação de Especialista em Neurologia, em abril de 2016, Beny Schmidt tornou-se o único latino-americano a acumular os títulos de patologista e neurologista, um feito inédito na história da medicina brasileira.
É chefe e fundador do Laboratório de Patologia Neuromuscular da Escola Paulista de Medicina e professor adjunto de Patologia Cirúrgica da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). Ele e sua equipe são responsáveis pelo maior acervo de doenças musculares do mundo, com mais de doze mil biópsias realizadas, e ajudou a localizar, dentro da célula muscular, a proteína indispensável para o bom funcionamento do músculo esquelético – a distrofina.
Beny Schmidt possui larga experiência na área de medicina esportiva, na qual já realizou consultorias para a liberação de jogadores no futebol profissional e atletas olímpicos. Foi um dos criadores do primeiro Centro Científico Esportivo do Brasil, atual Reffis, do São Paulo Futebol Clube, e do CECAP (Centro Esportivo Clube Atlético Paulistano).
Foi homenageado pela Câmara Municipal de São Paulo com a entrega da Medalha Anchieta e do Diploma de Gratidão da Cidade de São Paulo, como agradecimento por todos os seus feitos em prol da saúde. Seu pai, Benjamin José Schmidt, foi o responsável por introduzir no Brasil o teste do pezinho.