Artigo – Outubro Rosa: reconstrução das mamas após tratamento oncológico

O câncer de mama é o tipo de câncer que mais acomete as mulheres no Brasil e no mundo. A estimativa do Instituto Nacional de Câncer (Inca), para o ano de 2021, é de 66.280 novos casos, podendo ocorrer também em homens, embora seja raro, representando cerca de 1% do total. Assim como outros tipos de tumores, não existe uma causa específica, mas uma série de fatores comportamentais, hormonais e genéticos que podem aumentar o risco da doença. O diagnóstico precoce aumenta as chances de cura em até 95% dos casos.

A mama é uma parte do corpo de extrema importância para a mulher e está relacionada à autoestima, vaidade e feminilidade. Por isso, algumas mulheres ficam emocionalmente abaladas após o tratamento oncológico, em que, na maioria das vezes, é realizada a mastectomia (retirada parcial ou total da mama), além de outros impactos estéticos como a queda de cabelo e o ressecamento da pele, que afetam diretamente a relação da paciente com o próprio corpo.

Reconstrução de Mama

A reconstrução dessa região têm um papel importante no resgate da autoestima, pois ajuda a minimizar os impactos físicos e emocionais causados pela mastectomia. Trata-se de uma cirurgia plástica reparadora, que consiste na reconstrução de contorno corporal, considerando a forma, aparência e o tamanho, a fim de obter um resultado natural.

O avanço da medicina possibilita diferentes técnicas para a realização do procedimento, que vai desde a combinação de mamoplastias com métodos oncológicos à inclusão de implante, com próteses mamárias estruturadas em gel de silicone; e reconstrução autóloga, que consiste em tecido natural de outras partes do corpo como costa e abdome. Em alguns casos é possível a combinação de ambas as técnicas. Para o refinamento do resultado, muitas vezes é indicado a lipoenxertia, que utiliza na mama, células de gordura de áreas acumuladas do organismo, para harmonizar o formato.

Quando a ‘nova’ mama está estruturada, com sua forma e tamanho, inicia-se a etapa da simetrização contralateral que não foi acometida pelo câncer. Por fim, é realizada a reconstrução do mamilo e aréola que foram retirados durante a mastectomia. Para isso é possível utilizar parte do mamilo do antigo seio e anexá-lo à nova mama ou criar um novo mamilo com tecidos adjacentes. Para a reparação da aréola, pode-se optar pela técnica de tatuagem sobre a pele ou enxertia de pele da virilha, devido ao tom de pele semelhante entre as regiões.

Pós operatório

Os cuidados pós-operatórios são os mesmos indicados para a mamoplastia de aumento ou redutora. Portanto, nos primeiros dias, serão necessários a utilização de curativos sobre as incisões e repouso relativo é obrigatório, evitando o máximo esforço ou movimento repetitivo com os braços. Para sustentar a mama reconstruída e minimizar o inchaço, uma bandagem elástica ou sutiã apropriado deverão ser usados conforme a orientação médica. Para o sucesso da cirurgia, também orientamos que a paciente durma de barriga para cima no primeiro mês de pós operatório.

Dra. Leticia Odo é formada em Medicina pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP) – Escola Paulista de Medicina (EPM). Foi Preceptora dos residentes da Disciplina de Cirurgia Plástica da UNIFESP em 2011 e colaboradora no setor de Estética, orientando e especializando-se em cirurgias de Face. Possui título de especialista pela Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica. Além de ser membro titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica e Membro da Associação Brasileira de Cirurgia da Restauração Capilar. Faz parte do corpo clínico dos principais hospitais de São Paulo, como o Hospital Israelita Albert Einstein, Hospital Vila Nova Star e Hospital Sírio Libanês entre outros hospitais conceituados

Redação

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