O Centro Oncológico da BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo acaba de duplicar o número de leitos dedicados ao Serviço de Transplante de Medula Óssea (TMO). Em 2016 a instituição inaugurou sete leitos no hospital BP Mirante; em 2019 foram inaugurados mais dez na unidade BP Paulista e agora, no mesmo andar, como complemento, serão abertos mais 17 leitos, sendo 13 para pacientes internados e quatro para atendimento ambulatorial dedicado ao transplante. No total a BP passa a contar com 34 leitos de TMO. As expansões receberam um investimento de R$ 6 milhões.
O hematologista Phillip Scheinberg, coordenador da Hematologia Clínica da BP, explica que o contínuo crescimento do serviço de TMO é resultado de a uma combinação de fatores que vão desde o fato do Centro Oncológico da instituição ser uma referência nacional até a organização interna da unidade. “Essa é a terceira expansão que promovemos em menos de quatro anos. Criamos processos, definimos novos fluxos, padronizações e promovemos um maior entrosamento dos médicos, enfermeiros e equipe multidisciplinar. Isso tudo impacta no desempenho”, detalha o hematologista.
Dados do Registro Brasileiro de Transplantes (RBT) da Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos (ABTO) comprovam a alta produtividade do Centro Oncológico da BP nesse tipo de transplante. Em 2020, mesmo com a pandemia, foram realizados 126 procedimentos desse tipo, fazendo com que a BP figure entre os cinco principais centros transplantadores de medula óssea do país e o principal da capital paulista.
Transplante ambulatorial
O Serviço de Transplante de Medula Óssea da BP conta com uma equipe com 25 hematologistas, sendo sete deles com dedicação exclusiva aos transplantes. Realiza procedimentos autólogos, quando as células transplantadas são do próprio paciente, quanto os alogênicos, quando as células são doadas por outro indivíduo, aparentado ou não. Em todos os casos o processo inteiro é acompanhado pelos especialistas da instituição, desde o pré-transplante; a mobilização, coleta e preservação de células progenitoras hematopoéticas; a administração de quimioterapia em altas doses; a infusão das células progenitoras; o suporte clínico e intensivo durante o período de aplasia medular; e o suporte ambulatorial dedicado no pós-transplante.
Desde 2016, o serviço já realizou cerca de 570 transplantes, sendo a maior parte de pacientes adultos. Mas o programa pediátrico deve ganhar espaço na nova área, de forma integrada.
Com os leitos ambulatoriais, a BP passa a ampliar também as atividades dedicadas ao transplante ambulatorial, modalidade amplamente utilizada na Europa. “Estamos avançarmos com uma estrutura ambulatorial robusta, que integra todos os serviços”, explica. “Ao identificarmos um protocolo que permita o transplante nesta modalidade, nossa ideia é oferecer um atendimento multidisciplinar, que permita otimizar os recursos, diminuir o tempo de internação ou desospitalização sempre com foco na qualidade e na experiência dos clientes”, finaliza Phillip Scheinberg.