A RMC – Região Metropolitana de Campinas (SP) fechou a 51ª Semana Epidemiológica, de 13 a 19 de dezembro, com a notificação de 5,5 mil novos casos, aumento de 20,27% em relação ao período anterior. A alta também foi registrada no número de mortes: foram 69 no intervalo, expressando uma variação positiva de 23,21%. É o que mostra a nota técnica do Observatório PUC-Campinas (VEJA NOTA COMPLETA).
De acordo com o infectologista André Giglio Bueno, os dados expõem com clareza o crescimento dos casos desde 45ª Semana Epidemiológica. “Desde o início de novembro, estamos observando um aumento na intensidade de circulação do vírus e na pressão sobre o sistema de saúde”, diz o professor da Faculdade de Medicina da PUC-Campinas, reforçando que a taxa de ocupação de leitos de UTI se mantém alta, acima dos 80%.
Considerando todo o Departamento Regional de Saúde de Campinas (DRS-Campinas), do qual a RMC faz parte, os dados também sinalizam um cenário preocupante: foram contabilizados 6.920 casos e 93 óbitos, aumentos de 14,11% e 34,78%, respectivamente. Só em Campinas, epicentro da pandemia na região, houve notificação de 1.392 infecções e 17 mortes. A taxa de mortalidade do município segue, com isso, sendo uma das piores em nível regional: 120 por 100 mil pessoas.
Dado o contexto, o médico cobra ações mais enérgicas do poder público. “A ações de educação e conscientização da população por parte das prefeituras e estado estão sendo atrapalhadas por trágicas estratégias de comunicação do governo federal, propagando desinformação, inclusive do próprio Ministério da Saúde. Por aqui, a aposta para evitar uma situação ainda pior no início de 2021 segue na esperança de que as pessoas entendam a gravidade da situação atual e passem a adotar com mais rigor todas as medidas de prevenção”, avalia.
Com a iminência da segunda onda, medidas como limitação de horário para funcionamento dos estabelecimentos, além da proibição de venda de bebida alcóolica após às 20h, foram impostas e devem tornar o cenário mais dramático para a atividade econômica, sobretudo no contexto de austeridade fiscal adotado pelo governo. “Até o momento, o governo não anunciou o que vai fazer com o Auxílio Emergencial e com o Programa Emergencial de Manutenção do Emprego e da Renda”, afirma o economista Paulo Oliveira, destacando a importância dessas iniciativas para a manutenção do consumo.
“O que podemos afirmar é que, sem medidas de proteção de renda e do emprego, e, diante do cenário econômico e social, os efeitos de uma possível segunda onda serão devastadores para a economia brasileira e, consequentemente, para a economia regional”, aponta.
Dados atualizados da Covid-19 na RMC
Devido ao recesso acadêmico, as notas técnicas semanais sobre a Covid-19 serão interrompidas. O retorno das publicações sobre o comportamento da pandemia na região está previsto para o dia 11 de janeiro. No entanto, os dados do Coronavírus nos municípios paulistas, inclusive os da RMC, estão disponíveis na plataforma interativa do Observatório PUC-Campinas pelo endereço observatorio.puc-campinas.edu.br/covid-19.