Dados inéditos do A.C.Camargo Cancer Center, divulgados no Observatório do Câncer, mostram que a neoplasia de mama foi a mais comum no sexo feminino entre os casos tratados na instituição no período entre os anos 2000 e 2020. Diante dessa informação, a líder do Centro de Referência em Tumores da Mama, Dra. Fabiana Baroni Makdissi, reforça a importância de se falar de câncer de mama o ano todo e não apenas nas datas comemorativas, como o “Outubro Rosa”.
Ela ressalta que, no Brasil, a doença é muito incidente nas mulheres, tanto em número de casos quanto em índice de mortalidade. Conforme os dados coletados pelo A.C.Camargo, ao todo, foram 13.385 casos da neoplasia tratados na instituição.
Entre as causas para o aumento, está a falta de conhecimento e o medo de buscar diagnóstico para possíveis sinais, como bolinhas nas mamas. “Nos períodos de campanha, nós identificamos uma maior procura por exames e informação relacionados ao câncer de mama. Isso não pode ocorrer somente em um período, precisamos que seja o ano todo”, defende a especialista.
A relevância do tema cresce ao se analisar a situação atual do Brasil e do mundo. Dados divulgados em novembro de 2022, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), apontaram um aumento de 2 meses e 26 dias na expectativa de vida da população brasileira. Nos últimos dez anos, o aumento foi de 2,4 anos[i]. “O câncer é uma doença degenerativa, quanto mais velhas ficamos, maior é a o risco”, contextualiza a Dra. Fabiana.
Outros pontos de alerta evidenciados pela médica são o aumento do índice de obesidade, do sedentarismo, de consumo de álcool e a volta do tabagismo, por meio dos cigarros eletrônicos. Recentemente, um novo estudo da Universidade de Oxford, na Inglaterra, mostrou que todos os anticoncepcionais hormonais aumentam um pouco o risco do câncer de mama. Isso, para a mastologista reforça a importância de as mulheres buscarem informações sobre seus próprios riscos, seu risco familiar, e de formas para de se prevenir da doença. Isso, para a mastologista reforça a importância de as mulheres buscarem formas de se prevenir[ii].
Apesar dos aumentos dos números de casos, os dados do A.C.Camargo também apontaram um aumento da probabilidade de sobrevida global estimada em 5 anos no período de 2000 a 2017. O valor foi de 83,2%, nos primeiros 4 anos, para 93,6% nos últimos 3 anos. “Essa conquista é resultado dos avanços em pesquisa e no acesso que a instituição proporciona aos pacientes ao que há de mais tecnológico na oncologia”, finaliza a especialista.
Referências: