“Descobri a Esclerose Múltipla há nove anos, por causa de um formigamento que começou nos dedos indicador e polegar da mão direita e, em menos de uma semana, se estendeu até a cintura. Depois de realizar alguns exames, o neurologista fechou o diagnóstico e disse que como estava no início, com uma alimentação saudável, prática de atividade física e evitando estresse eu ficaria bem”, relata a empresária Daniela Blander Cordeiro, de 37 anos, que trata da enfermidade uma vez a cada seis meses no Centro de Infusões do Vera Cruz Hospital, de Campinas (SP).
A administradora faz parte das 2,8 milhões de pessoas, em todo o mundo, que convivem com a esclerose múltipla, uma doença inflamatória, imunomediada e crônica, que tem como alvo uma proteína do sistema nervoso central chamada mielina, que ao sofrer processos inflamatórios, leva o paciente portador a apresentar disfunções do sistema nervoso central, na área que foi afetada. Dados do Ministério da Saúde apontam que, no Brasil, a patologia afeta 40 mil pessoas, sendo 15 casos a cada 100 mil habitantes.
A enfermidade acomete, em sua maioria, mulheres, entre 20 e 40 anos, em uma proporção de três mulheres para cada homem diagnosticado. Segundo Leonardo de Deus Silva, coordenador da especialidade de Neurologia e Neurocirurgia do Vera Cruz Hospital, a doença cursa com períodos de surtos que dependem do local da inflamação e que podem durar dias ou semanas. “As pessoas com a doença podem ter formigamento e dormência de um lado do corpo, alterações motoras, fraqueza muscular, desequilíbrio e distúrbios visuais. Com o passar do tempo e a recorrência desses surtos, a doença pode evoluir com um caráter degenerativo”, exemplifica.
No tratamento da doença, o Vera Cruz Hospital dispõe de Centro de Infusões com um serviço especializado em Terapia Infusional, um diferencial que merece destaque nesta terça-feira (30), Dia Nacional de Conscientização Sobre a Esclerose Múltipla, data que tem como objetivo alertar a população para a importância do diagnóstico precoce e do tratamento adequado da enfermidade.
“Identificamos a necessidade de um local especial para acolher os pacientes com a doença e estruturamos um espaço para que eles se sintam bem acolhidos durante a terapia. Para isso, temos uma equipe composta por médicos e enfermeiros treinados na infusão de medicamentos biológicos a fim de proporcionar um atendimento diferenciado e de excelência voltado para total segurança dos nossos pacientes”, detalha Silva.
O diagnóstico da Esclerose Múltipla é feito após vários exames e testes no paciente. “Em uma análise clínica, verificamos os sintomas e sinais que correspondem a uma alteração, que pode ser atribuída à mielina, observamos as imagens de ressonância magnética e outros exames laboratoriais, em particular do líquido cefalorraquidiano, de sangue e exames neurofisiológicos como o exame de potencial evocado”, detalha.
A doença crônica não tem cura, entretanto, o diagnóstico e o tratamento precoce com o uso de medicamentos visam controlar a doença e suprimir o sistema imunológico, auxiliando no enfrentamento dos sintomas e no atraso da progressão da doença. “Além da reabilitação funcional, incluindo fisioterapia, terapia ocupacional, fonoaudiologia e imunoterapia, que é conhecida como terapia com imunobiológicos, um tratamento medicamentoso que ajuda a combater e suprimir as células inflamatórias do próprio sistema de defesa. Esse tipo de terapia estimula o organismo a identificar e atacar as células disfuncionais por meio de medicações que modificam a resposta imunológica”, detalha o neurologista.
O Centro de Infusões do Vera Cruz Hospital, que fica localizado na unidade Vera Cruz Neurologia e Coluna, é um dos pioneiros nesse tipo de tratamento. “O hospital está na vanguarda, sendo um dos únicos do interior de São Paulo a ter um centro de infusões com estrutura dedicada ao tratamento específico, com método por imagem para diagnóstico e uma equipe de excelência. Possuímos uma estrutura diferenciada, com instalações modernas que promovem um tratamento mais completo contra a doença e que medicações intravenosas, subcutâneas ou intramusculares com todo conforto e segurança”, explica.
Não há formas de prevenir a doença e nem fatores de risco bem estabelecidos para seu desenvolvimento, mas sabe-se que ela é mais prevalente em pessoas com histórico familiar. Acredita-se também que, evitar a obesidade, o consumo do tabaco e manter os níveis adequados de vitamina D no organismo podem evitar em até 60% os casos da doença. “Algumas situações, como vacinação, algumas infecções virais, como pelo vírus Epstein-Barr, raça branca, habitantes de países muito frios e com baixa exposição à luz solar, baixos níveis de vitamina D, estresse físico ou ambiental, podem ser gatilhos para quem tem predisposição genética para a enfermidade”, esclarece Silva.