A tecnologia do plasma abre novas e animadoras perspectivas de solução para problemas complexos nos campos da medicina e da odontologia, como o avanço crescente de micro-organismos resistentes a antimicrobianos, os quadros infecciosos persistentes ou com alta recidiva, o manejo de feridas crônicas infectadas, as neoplasias malignas de prognóstico ruim e os quadros odontológicos com alta ocorrência de insucessos clínicos. Mais recentemente, o plasma também tem surgido mundialmente como uma nova esperança no campo de inativação viral, o que pode contribuir no controle de infecções, como as causadas pela pandemia de Covid-19. Todos esses avanços ganham forma em ‘Plasmas não térmicos: ferramenta terapêutica promissora em Medicina e Odontologia‘, obra organizada pelos pesquisadores Cristiane Yumi Koga-Ito e Konstantin Georgiev Kostov e publicada pelo selo Cultura Acadêmica, da Fundação Editora da Unesp, disponível para download gratuito.
O livro reúne 17 ensaios em torno especificamente da definição e da aplicação do plasma não térmico, um tipo de plasma que pode operar em pressão alta, da ordem de uma atmosfera, consumindo baixa potência elétrica e causando pouco aquecimento do gás em que são gerados. “Os capítulos constituem uma amostra do cenário em que se situam as aplicações terapêuticas de plasma não térmico na área da saúde. Não muito tempo atrás as aplicações biomédicas dos plasmas visavam principalmente à esterilização de superfícies e ao tratamento e funcionalização delas para controlar sua compatibilidade como biomateriais”, explica Maciel. “Mais recentemente, o plasma tem sido aplicado na solução de novos e sofisticados problemas.”
Na primeira parte, os pesquisadores respondem à pergunta “O que é plasma não térmico?”, abordando o fascinante histórico de sua descrição até a revelação do seu enorme potencial como uma área da ciência aplicada. Em seguida, analisam os efeitos biológicos do plasma não térmico. As duas partes seguintes dedicaram-se, respectivamente, às aplicações nas áreas médica e odontológica.
“É importante salientar que, apesar de pouco aplicada no Brasil, a tecnologia do plasma já é utilizada em alguns países da Europa e da Ásia, inclusive com equipamentos comerciais já licenciados e certificados para aplicações terapêuticas”, anotam os organizadores.
Organizadores
Cristiane Yumi Koga-Ito é professora titular do Departamento de Engenharia Ambiental e do Programa de Pós-graduação em Biopatologia Bucal do Instituto de Ciência e Tecnologia (ICT) da Universidade Estadual Paulista (Unesp), câmpus de São José dos Campos.
Konstantin Georgiev Kostov é professor associado do Departamento de Física e do Programa de Pós-graduação em Física da Faculdade de Engenharia de Guaratinguetá (FEG) da Unesp.