Enfermeiros de todo o mundo, atualmente envolvidos de modo mais intenso no combate à Covid-19, celebraram discretamente, nesta terça-feira (12), o Dia Internacional da Enfermagem. Junto aos demais profissionais da saúde, os trabalhadores da área demonstram importância crucial na linha de frente contra a pandemia, atuando na prevenção, orientação e reabilitação dos pacientes. No Brasil, o esforço em proteger a população já custou a vida de 98 profissionais acometidos pela doença, ultrapassando os Estados Unidos, segundo última atualização do Conselho Federal de Enfermagem (Cofen).
O cenário, oposto ao sonhado pela Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) e pela Organização Mundial da Saúde (OMS), que designaram 2020 como o ano dos profissionais de enfermagem, ajuda, ao menos, a reconhecer o trabalho realizado por profissionais da área, meta pretendida pelos órgãos como forma de defender mais investimentos aos atuantes na profissão. Segundo a OMS, a proposta visa instigar a formação de novos enfermeiros para atingir a cobertura universal de saúde até 2030, deficitária em 9 milhões de profissionais na atualidade.
A Profa. Me. Maria Aparecida Gamper, diretora da Faculdade de Enfermagem da PUC-Campinas, diz que a contribuição dos enfermeiros na pandemia do novo coronavírus vem ao encontro dos deveres intrínsecos à profissão, que preveem o acolhimento dos pacientes, os cuidados nas UTIs e, também, os estudos epidemiológicos que coordenam a prestação de assistência. Contudo, a docente enaltece a área de atuação diversificada do profissional da área.
“O enfermeiro responde pela educação de profissionais de nível médio e superior, pela coordenação das equipes de enfermagem sobre as quais tem responsabilidade técnica, pela assistência direta de forma exclusiva em cuidados mais complexos. Organiza, supervisiona e mantém em funcionamento os diversos serviços de saúde. Tem papel na área administrativa, educativa, assistencial, de pesquisa e de vigilância em saúde”, destaca.
Devido ao trabalho relevante, evidenciado após os avanços do coronavírus – gerando manifestações positivas e de apoio da sociedade –, a enfermagem integra uma das profissões de nível superior que mais criam postos de trabalho na atualidade, de acordo com levantamento do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA). A categoria tem avançado consideravelmente nas áreas de Estratégia em Saúde da Família (ESF), enfermagem forense e estética, além das ocupações tradicionais nos centros de saúde. “É um mercado em ampla expansão”, afirma a professora.
Faculdade de Enfermagem da PUC-Campinas
Com quase meio século de tradição, o Curso de Graduação em Enfermagem da PUC-Campinas, cujas práticas clínicas e cujos estágios são iniciados no 4º semestre, visa oferecer condições para que os alunos atuem com qualidade em hospitais, centros de saúde, ambulatórios, indústrias, instituições asilares e escolas de nível médio e superior, e também em iniciativas de empreendedorismo, como serviços de atenção domiciliar, clínicas de estética e clínicas de vacinação.
“As aulas práticas e estágios são realizados no Hospital Universitário da PUC-Campinas nas unidades de internação e de terapia intensiva, em ambulatórios de especialidades próprios, centro de atenção psicossocial e unidades básicas de saúde do município de Campinas. A Universidade dispõe também de Programa de Educação Tutorial (PET), sendo a única Instituição não pública a ofertar o programa, e de bolsas remuneradas em várias disciplinas do Curso, desenvolvendo no aluno capacidade para o exercício da docência, ampliando seu conhecimento teórico-prático na área, e contribuindo para sua autonomia intelectual e amadurecimento acadêmico”, acrescenta Maria Aparecida.
Durante a pandemia, os estudantes têm atuado em diferentes dimensões, desde a reflexão junto ao corpo docente até iniciativas práticas, como o apoio à campanha de vacinação da PM para preservar a integridade física dos policiais, que não podem interromper suas atividades neste período de crise.