Dados do Sistema de Vigilância de Fatores de Risco para doenças crônicas não transmissíveis do Ministério da Saúde (Vigitel) apontam que a obesidade cresceu 72% no Brasil entre 2006 e 2019. Quando não associada a outros quadros clínicos, a obesidade, normalmente, é consequência de maus hábitos alimentares e inatividade física. Ela pode ser fatal, principalmente quando associada com outras doenças crônicas não transmissíveis, como diabetes, hipertensão, doenças cardíacas, respiratórias, articulares, entre outras. Exercícios físicos, alimentação saudável, organização dos horários de refeição, saúde social e equilíbrio emocional são hábitos que ajudam na prevenção da doença.
Em adultos, a obesidade é classificada de acordo com os graus I, II ou III identificados pelo Índice de Massa Corporal (IMC). Já em crianças e adolescentes, utilizam-se as curvas de crescimento, principalmente IMC e idade. “É possível observar diversos tipos de obesidade de acordo com o formato do corpo, que podem acarretar diferentes condições clínicas”, explica a nutricionista da equipe Núcleo Ampliado de Saúde da Família (NASF) do CEJAM, Paula Garcia.
Um dos efeitos da obesidade é o baixo condicionamento físico, falta de ar e transtorno de sono (apneia, ronco), que são sintomas agravados pela Covid-19. De acordo com a especialista, quando o obeso apresenta outras doenças crônicas, é preciso observar se há um agravamento do quadro clínico por conta de doenças adquiridas anteriormente ou se é reflexo do novo vírus.
Nas Unidades Básicas de Saúde (UBS) geridas pelo Centro de Estudos e Pesquisas “Dr. João Amorim” (CEJAM) é oferecida assistência à saúde do obeso através da Estratégia Saúde da Família (ESF) e do NASF. “O CEJAM conta com profissionais capacitados para orientação ao tratamento da obesidade, com atuação em consultas individuais e em grupos”, salienta a nutricionista.
Crianças, adolescentes, adultos e idosos podem participar dos grupos de combate à obesidade. Os encontros para adultos são abertos, ou seja, para ser incluído nas atividades basta comparecer ao local no horário estipulado ou ligar para a UBS de referência para se informar a respeito das ações. Já os grupos de crianças são fechados, com 6 encontros previstos. “Os pacientes são encaminhados para os grupos através das condutas por discussões”, comenta a nutricionista.
Os principais divulgadores locais dos grupos são os agentes comunitários de saúde. Nos murais da UBS, também constam informações a respeito das ações. Os encontros duram em torno de duas horas e as consultas individuais cerca de 30 minutos. “Os grupos oferecem benefícios como acompanhamento de antropometria, estratégias para o controle biopsicossocial que podem influenciar nos quadros clínicos, a promoção de saúde e a prevenção de doenças”, explica.
Por conta da pandemia, desde março os grupos estão suspensos sem previsão de retorno. No entanto, as consultas foram mantidas com maior intervalo entre elas, e foi incluída estratégia de teleatendimentos nas unidades gerenciadas pelo CEJAM, especialmente para atendimento de pacientes com Covid-19.