“Longevidade: o idoso no centro das atenções” será o tema do 47º Congresso Paranaense e International Cardiology Meeting, que ocorrerá nos dias 14 e 15 de agosto de 2020, nome que passa a ser adotado definitivamente para as próximas edições. Este foi o primeiro ano que o congresso foi internacionalizado, trazendo vários palestrantes do exterior. Com enfoque na diminuição de mortes por doenças cardiovasculares precoces, o evento reuniu, em Curitiba, 1.500 participantes, 32 especialistas estrangeiros vindos de 21 países e cinco continentes, além dos palestrantes nacionais, de 8 a 10 de agosto, no Expo Unimed.
“O congresso nos trouxe informações, estudos de caso, que foram amplamente discutidos e que agora vamos assimilar e buscar implementar, com o objetivo de reduzir a mortalidade cardiovascular precoce na nossa região”, comentou o Dr. Rodrigo Cerci, presidente do evento. “Para o congresso de 2020, migraremos da redução da mortalidade precoce deste ano, para focar na população que está envelhecendo. Em 2060, por exemplo, teremos mais idosos do que jovens no Brasil. São muitos os desafios, e política públicas também estão sendo implementadas nessa direção”, disse. O Dr. Rodrigo Cerci, que também é o diretor científico da Sociedade Paranaense de Cardiologia (SPC), referiu-se ao discurso do ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, que fez a abertura do congresso, no dia 8, e destacou a importância da atenção à saúde básica. “Estamos implementando o Programa Médicos pelo Brasil (lançado em 1º de agosto pelo Governo Federal), que inclui os cardiologistas, e o segundo passo será a remodelação da saúde básica”, afirmou.
Segundo o presidente da SPC, Dr. João Vítola, o objetivo da SPC, assim como da Sociedade Brasileira de Cardiologia, é unir esforços. “A Sociedade Brasileira de Cardiologia, bem como as sociedades estaduais, age como uma ponte para juntar a ciência produzida pelos médicos e as políticas públicas. Com o apoio do ministro da Saúde e do Governo Federal, acreditamos que é possível atingir o objetivo de diminuir o número de mortes precoces por doenças cardiovasculares no Brasil”, declarou.
Hoje, de acordo com dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), as doenças cardiovasculares (DVC) ainda são as que mais matam no planeta: cerca de 31% de todas as mortes registradas tiveram as DVC como causa.
Ciência de qualidade
Para a cientista da Universidade Cornell, a norte-americana Dra. Leslee Shaw, os estudos de caso apresentados durante o congresso foram muito interessantes por serem recentes, além de haver muita discussão, o que é bom para a troca de experiências. “É de muita qualidade a pesquisa realizada no Brasil e apresentada durante o congresso. A forma como as pessoas trabalham e a dedicação à ciência é muito grande. É preciso continuar desenvolvendo mais e mais ciência com afinco”, disse.
O palestrante egípcio Adel H. Allam, que publicou um dos mais importantes estudos realizados em múmias de mais de três mil anos, constatando que os antigos egípcios já apresentavam casos de aterosclerose – acúmulo de placas de gordura, colesterol e outras substâncias nas paredes das artérias –, também fez elogios ao congresso. “Gostei muito da visão internacional a respeito dos casos clínicos. Foi possível perceber, nas entrelinhas de cada palestra, as grandes novidades em estudos que devem sair ao longo deste ano. Também vi novidades em relação à tecnologia de imagem, impressão 3D. Foi um evento muito produtivo”, comentou.