A Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias (CONITEC) abriu uma consulta pública para ouvir o parecer da sociedade civil sobre a atualização do Protocolo Clínico e Diretriz Terapêutica (PCDT) para a Artrite Psoriásica (AP). O PCDT é um documento que estabelece os procedimentos para diagnóstico e tratamento de uma doença pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Trata-se de uma atualização da diretriz que está em vigor desde 2018, refletindo a recente incorporação de medicamentos biológicos para o tratamento da doença no SUS nos últimos dois anos.
A artrite psoriásica é uma doença crônica e inflamatória, que afeta tanto as articulações quanto a pele. O surgimento pode ser percebido com duas manifestações clínicas: a artrite e a psoríase. Cerca de 30% dos pacientes com psoríase desenvolvem a enfermidade em questão e estima-se que uma em cada quatro pessoas com psoríase possam ter a doença não diagnosticada.
O paciente com AP pode demorar para receber o diagnóstico e um dos motivos é o fato de não existir um exame específico que determine a presença da doença. O médico analisa uma combinação de exames de imagem e reconhecimento de algumas características clínicas como dor e rigidez nas articulações; psoríase na pele e nas unhas; dedos inchados; tendões dolorosos e danos irreversíveis nas articulações. O importante é chegar ao diagnóstico o quanto antes, pois dessa forma, melhor será a resposta ao tratamento, o que torna a atualização do PCDT uma ação muito importante para avanço neste sentido
Diagnóstico e tratamento da Artrite Psoriásica
Segundo as diretrizes do Ministério da Saúde, a abordagem terapêutica deve incluir um tratamento não-farmacológico e o uso de medicamentos no tratamento dos sintomas. A escolha do tratamento da AP deve ser feita de acordo com a apresentação e gravidade da doença em cada paciente sempre seguindo a orientação médica de um especialista em Reumatologia, o reumatologista.
Além da adoção de hábitos saudáveis e um acompanhamento multidisciplinar, o médico inicia o paciente em um tratamento com métodos convencionais como os anti-inflamatórios não esteroidais (AINE) e os anti-inflamatórios esteroides, ou glicocorticoides.
Porém, existem pacientes que não respondem bem a esses tratamentos. Para esses casos, o European League Against Rheumatism (EULAR) recomenda o uso de terapias biológicas, isso porque os medicamentos biológicos reduzem a progressão radiográfica e podem ajudar no tratamento desses pacientes.
Os medicamentos imunobiológicos aprovados no Brasil e disponíveis no SUS incluem os inibidores do fator de necrose tumoral, conhecidos como anti-TNF, como o adalimumabe, etanercepte, golimumabe, infliximabe; e o inibidor de citocina anti-interleucina (anti-IL) 17, secuquinumabe.
A terapia anti-IL 17 está disponível no SUS para o tratamento de artrite psoriásica e espondilite anquilosante, além de ter sido incorporado, em 2018, para o tratamento de psoríase moderada a grave em pacientes que apresentam falha terapêutica ou contraindicação ao uso das terapias tradicionais.
Dada a gravidade das consequências causadas pela artrite psoriásica, como perda da mobilidade, é importante que os pacientes tenham uma lista de opções de terapias no SUS que possam ajudar no controle da doença de maneira eficaz e que garantem a qualidade de vida desses pacientes.
Consulta Pública está aberta para contribuições até 6 de julho
- Localize a Consulta Pública Nº 22 “Protocolo Clínico e Diretriz Terapêutica (PCDT) para Artrite Psoriasica (AP)”;
- No campo contribuição, clicar em experiência ou opinião;
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- Comentar a razão no campo 7;
- Você pode especificar sua experiência com a doença ou tratamentos em uso nos campos seguintes;
- Clicar em Gravar no rodapé da página e aguardar a tela de confirmação.