Com o avanço da tecnologia, já é possível que consultas oftalmológicas sejam realizadas virtualmente, tanto para rotina quanto para queixas específicas. Por meio do exame videoectoscópico, onde o paciente se aproxima da tela, o médico pode observar alterações com o objetivo de formular hipóteses diagnósticas, orientar o paciente e instituir o tratamento adequado.
De acordo com Larissa Balbi, oftalmologista da Conexa, maior player de saúde digital da América Latina, as teleconsultas podem ser úteis no caso de pacientes que precisem de acompanhamento periódico e monitoramento por exames, como os portadores de glaucoma. É um recurso também para casos mais urgentes como quadros sugestivos de hordéolo (conhecido como terçol), alergia ocular, conjuntivite ou blefarite, por exemplo.
As queixas mais comuns apresentadas pelos pacientes durante uma teleconsulta são aquelas vinculadas à superfície ocular como irritação, embaçamento e coceira. “Com a instituição de uma rotina de higiene e adequada lubrificação ocular, esses sintomas podem ser atenuados. É preciso, no entanto, avaliar e afastar os sinais de alarme como dor, fotofobia e baixa de acuidade visual, que direcionam para a necessidade de mais ampla investigação diagnóstica e/ou mudança terapêutica”, explica Larissa.
“A teleconsulta encurta as distâncias entre o paciente e o especialista, facilita a orientação e permite o diagnóstico precoce, mas alguns casos necessitam de atendimento presencial, como quando o paciente precisa renovar o grau dos óculos ou das lentes de contato”, conta a oftalmologista.
A avaliação presencial segue importante para pacientes portadores de doenças crônicas, como diabetes, com queixa de baixa de visão ou outro sinal de alarme que demande tratamentos específicos. A oftalmologista reforça que a interação física, além da interface das telas, é igualmente relevante em pacientes pediátricos, desde a triagem neonatal, com o teste do olhinho realizado idealmente ainda na maternidade e, até mesmo, a avaliação periódica em crianças para rastreio de erros refracionais (miopia, hipermetropia e astigmatismo) e/ou em casos de estrabismo.