Neste Dia Mundial dos Cuidados Paliativos, celebrado anualmente no segundo sábado de outubro, a Santa Casa de Porto Alegre (RS) busca esclarecer dúvidas e desmistificar os tabus sobre o tema. Ainda pouco conhecida pela população, a especialidade é uma importante aliada para pacientes que estão passando por doenças que ameaçam a continuidade da vida, bem como para seus familiares.
Na Santa Casa, o Serviço de Cuidados Paliativos é oferecido há mais de cinco anos, atendendo na área gestacional, neonatal, adulta e pediátrica, e também conta com um ambulatório exclusivo para atendimento oncológico de crianças e adolescentes. Como destaca o médico João Luiz Hopf, responsável pela área na instituição, “o objetivo não é tratar a doença em si, mas oferecer suporte e formas personalizadas de prevenir e aliviar o sofrimento”.
Segundo o médico, na medicina paliativa, a assistência é promovida por uma equipe multidisciplinar que inclui tanto os pacientes que estão passando por doenças que ameaçam a continuidade da vida, mas também seus familiares. Com um olhar individual e humanizado, especialistas tratam questões físicas, psicológicas e espirituais que permitam ao paciente e a sua família ter mais qualidade de vida durante o período de tratamento da doença.
Tratamento paliativo
Os cuidados paliativos acontecem sempre em paralelo ao tratamento da doença, nunca como um substituto. Como explica Hopf, são diversas as formas de oferecer apoio, mas a principal é entender o que o paciente deseja e como quer ser tratado. “O paciente nunca é obrigado a aceitar o tratamento paliativo, mas é importante que ele conheça seus benefícios, que entenda como este cuidado pode fazer a diferença, desde o momento do diagnóstico”, destaca.
Apesar de o nome ter se tornado mais conhecido devido ao tratamento de pacientes com câncer, qualquer doença progressiva que apresenta ameaça à vida pode ter este tipo de acompanhamento. “É importante ressaltar que cuidado paliativo não é apenas cuidar apenas de quem está no fim da vida. É para cuidar de quem possui uma doença incurável, mas este cuidado pode se estender por anos. Mesmo após a partida do paciente, o tratamento pode continuar amparando os familiares”, esclarece o médico.
Segundo Hopf, o cuidado paliativo também não tem o objetivo de abreviar a vida, mas sim de entender que há um limite entre o que a medicina pode oferecer e o ciclo natural da vida. “É essencial falarmos sobre isso, entendermos os limites para que, no futuro, todo paciente possa escolher como quer ser tratado nesta fase da vida”, ressalta.
Atendimento na Santa Casa
Na Santa Casa, a equipe multidisciplinar é composta por profissionais da medicina, enfermagem, odontologia, psicologia, nutrição, farmácia, assistência social, fonoaudiologia e espiritualidade. Os profissionais estudam e avaliam caso a caso, respeitando as preferências de abordagem física, emocional e espiritual.
O atendimento é exclusivo para pacientes em tratamento na Santa Casa, internados ou não. Para avaliar a necessidade de acompanhamento do serviço de cuidados paliativos, é preciso conversar com o médico que acompanha o paciente na jornada de tratamento.