A transformação digital está avançando rapidamente em todos os setores, e na saúde, isso vem se manifestando de diversas maneiras ao longo da jornada do paciente. Isso fica evidente no agendamento simplificado de consultas médicas online e na rápida disponibilidade do histórico do paciente. No entanto, o que muitas vezes se passa despercebida é a complexa engrenagem que opera nos bastidores, garantindo a perfeita harmonia entre diferentes sistemas e aplicativos. Essa integração eficiente permite o processamento de informações de diversas fontes sem que os usuários percebam qualquer atrito.
A chamada interoperabilidade é um fator-chave que não apenas aprimora o dia a dia dos pacientes, mas também facilita o trabalho dos profissionais de saúde e de toda a equipe nas instituições. Ao permitir o compartilhamento instantâneo de informações médicas cruciais e históricos dos pacientes, a interoperabilidade agiliza o processo de atendimento, beneficia as equipes médicas e simplifica a coordenação entre as partes do sistema de saúde, proporcionando uma melhor experiência ao paciente e uma tomada de decisão médica mais assertiva.
Entretanto, ainda há muito a se aperfeiçoar: hoje, um médico e sua equipe passam cerca de metade de seu tempo analisando informações de prontuários eletrônicos e apenas 25% com os pacientes, segundo o estudo “Allocation of Physician Time in Ambulatory Practice”, publicado no jornal acadêmico Annals of Internal Medicine.
Marcos Moraes, diretor da vertical de saúde da FCamara, ecossistema de tecnologia e inovação que potencializa o futuro de negócios, ressalta que a implantação da interoperabilidade é mais do que uma necessidade de se posicionar à frente no mercado. É um recurso que a tecnologia proporciona e que deve ser explorado para elevar a qualidade dos serviços, beneficiando vidas.
“Quando a instituição adota a interoperabilidade, seus processos passam a ser simplificados e realizados de forma mais ágil. Já para os profissionais que atuam na linha de frente, como médicos e enfermeiros, esse processo contribui para que eles possam atender um número maior de pacientes, ou até mesmo dedicar mais tempo aos casos complexos e que exigem grandes decisões. A redução de tempo gasto com burocracias e sistemas é fundamental para uma boa experiência”, conta Moraes.
O especialista aponta, a seguir, outros benefícios observados com a interoperabilidade na área da saúde:
Redução de erros médicos
Ao facilitar a troca de informações entre sistemas, a comunicação se torna mais clara e eficiente, diminuindo consideravelmente a probabilidade de erros médicos. A interoperabilidade permite o compartilhamento rápido e seguro de relatórios clínicos, resultados de laboratório e outras informações pessoais de saúde (PHIs), garantindo que os profissionais de saúde tenham acesso completo e preciso aos dados necessários para tomar decisões informadas e evitar equívocos prejudiciais aos pacientes.
Maior eficiência dos processos
Com os processos sendo realizados de forma digital, os profissionais economizam tempo e isso ajuda na melhora da produtividade nas instituições. Os dados dos pacientes ficam disponíveis em sistemas internos, simplificando a rotina e permitindo que as equipes dediquem mais tempo aos pacientes.
Melhor experiência do paciente
A prestação de um atendimento ágil e personalizado ao paciente não só aumenta sua satisfação, mas também desempenha um papel fundamental na construção de sua fidelidade. Por sua vez, um médico que possui profundo entendimento do estado atual e do histórico do paciente tende a conquistar maior confiança do mesmo, ao mesmo tempo em que aprimora sua capacidade de fornecer um tratamento de alta qualidade. Ao dispor de todas as informações relevantes, esse profissional aumenta sua eficiência no dia a dia, economiza tempo e adquire maior confiança na tomada de decisões relacionadas a diagnósticos e tratamentos. Além disso, essa abordagem eficiente também evita custos desnecessários com a repetição de procedimentos já registrados no histórico do paciente.