Em noite dedicada ao debate sobre Tecnologia e Inovação dentro da Digital Journey by Hospitalar, a ABIMED, que contribuiu para formatar a programação deste 12 de maio, reuniu indústria, governo e academia para discutir como unir forças para desburocratizar e acelerar a inovação tecnológica da saúde no país e ressaltar a importância do investimento em pesquisa e desenvolvimento pela iniciativa pública e privada.
O presidente executivo da ABIMED, Fernando Silveira Filho, esteve presente logo na abertura do evento, que em seguida teve palestra da Secretária de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia do Estado de São Paulo, Patrícia Ellen. Em sua apresentação “A evolução da tecnologia em saúde no Estado de São Paulo”, a secretária mostrou quais os passos que já foram dados no sentido de dar mais acesso às tecnologias em saúde aos paulistas. “O maior benefício das tecnologias é nos lembrar que somos bons seres humanos e, por isso, temos de buscar um tratamento mais humano”, afirmou Patrícia.
Em seguida, no painel “Legislação de incentivos à inovação e aplicabilidade ao setor de dispositivos médicos”, além do presidente da ABIMED estiveram reunidos o Professor da Universidade Estadual da Paraíba, Eduardo Jorge Valadares Oliveira, o gerente geral de Tecnologia de Produtos para a Saúde da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Leandro Rodrigues Pereira, e o advogado e sócio da SP Law, Benny Spiewak.
Foram abordados o cenário atual da legislação e todos propuseram maneiras de evoluir em relação ao acesso e à implantação de inovações no setor. O professor Eduardo Jorge destacou a relevância dos trabalhos científicos, mas ressaltou que a falta de previsibilidade acaba desmotivando os brasileiros. “O problema de inovação é uma questão cultural. Somos um dos 13 países do mundo com maior produção científica, mas não conseguimos transformar isso em nota fiscal”, disse.
O advogado Benny Spiewak, por sua vez, destacou que falta diálogo. “Temos o marco de 14 anos de pesquisa em inovação e seguimos evoluindo. O país tem uma academia forte, uma indústria querendo apoiar e uma agência regulatória de excelência, mas falta uma conexão para unir todos os elos, somente possível por meio diálogo e da transparência”, ressaltou.
Em nome da Anvisa, Leandro Rodrigues Pereira concordou que não existe uma indústria forte sem uma academia forte e uma boa agência reguladora. “Todos devem caminhar juntos. Precisamos que as reformas estruturais motivem o mercado e possam trazer mais investimento para a academia”, completou.
Finalizando o evento, Fernando Silveira entrevistou Lucas Câmara, diretor executivo do Centro para a Quarta Revolução Industrial (C4IR Brasil). O diretor apresentou C4IR Brasil e seu papel na melhora dos diagnósticos e tratamentos a partir da inserção das tecnologias 4.0 na saúde. Ele ainda destacou a necessidade de investimento em educação. “Temos uma realidade bastante complicada no país. Há a tecnologia de ponta, mas ela convive com problemas básicos, como falta de saneamento, conectividade e de profissionais especializados. Por isso, temos de investir em educação e, assim alcançar grandes saltos”, declarou Lucas.
“Tivemos um grande evento no qual pudemos discutir Tecnologia e Inovação em saúde com representantes de diversos segmentos da sociedade. Fiquei muito feliz com a audiência e agradeço a presença de todos que contribuíram para que pudéssemos avançar em um tema tão importante para salvar as vidas de brasileiros”, resumiu Fernando.