A partir desta quarta-feira (11), serão ofertados autotestes de HIV em fluído oral para homens gays e outros homens que fazem sexo com homens (HSH) em cinco locais da cidade de São Paulo. A iniciativa faz parte da pesquisa “A Hora É Agora-SP”, que busca avaliar a implantação da logística de distribuição desses kits na capital paulista para o público-alvo do projeto.
“Os autotestes são uma ferramenta importante para a contenção da epidemia do HIV/AIDS, apresentando-se como mais uma alternativa de diagnóstico precoce. Para isso, é preciso identificar a melhor forma de disponibilizá-los na capital paulista e em outros locais do país”, diz Cristina Abbate, coordenadora do Programa Municipal de DST/AIDS (PM DST/AIDS), da Secretaria Municipal da Saúde (SMS) de São Paulo.
Para retirar o autoteste, o interessado precisa acessar o site da pesquisa (ahoraeagora.org/sp) e escolher um dos pontos de distribuição. Após isso, será gerado um número de protocolo, que deve ser usado para retirar o kit.
Os pontos que vão distribuir os autotestes são o Centro de Testagem e Aconselhamento (CTA) Henfil, o Centro de Referência e Treinamento (CRT) DST/AIDS, o Centro de Referência da Diversidade (CRD), o projeto Quero Fazer e a ONG Barong, que mantêm um trailer aos domingos e às sextas e sábados à noite, respectivamente, no largo do Arouche, Centro de São Paulo.
Após a solicitação e com o protocolo gerado, o teste fica disponível no local escolhido em 24h. O usuário tem um prazo de 15 dias para fazer a retirada do kit nas unidades fixas e 30 dias nos trailers.
“Com esses cinco locais vamos oferecer uma ampla variedade de horários para o público a que se destina a pesquisa, desde o funcionamento tradicional dos serviços de saúde durante a semana até o período noturno e aos finais de semana”, aponta Maria Clara Gianna, coordenadora-adjunta do programa estadual de DST/AIDS de São Paulo.
É importante ressaltar que a oferta do autoteste de HIV se trata de uma pesquisa, cujos resultados podem fundamentar uma futura política pública, ou seja, colocar essa tecnologia de prevenção gratuitamente no SUS.
“Foi assim com a Profilaxia Pré-Exposição, a PrEP. Houve levantamentos científicos anteriores que sustentaram e mostraram a eficácia da profilaxia. A partir disso, a PrEP se tornou uma política pública”, explica a dra. Adele Benzaken, diretora do Departamento de Vigilância, Prevenção e Controle das IST, do HIV/AIDS e das Hepatites Virais (DIAHV), do Ministério da Saúde.
A pesquisa é uma realização da Faculdade de Medicina da USP, da Escola Nacional de Saúde Pública Sérgio Arouca (ENSP)/Fiocruz, dos Centros dos Estados Unidos de Prevenção e Controle de Doenças (CDC), do CRD , as ONGs Pela Vidda e Barong, do PM DST/AIDS, do PE de DST/AIDS e do DIAHV.
“O projeto ‘A Hora É Agora-SP’ busca avaliar e, posteriormente, propor a logística mais adequada para a incorporação dessa nova tecnologia diagnóstica na estratégia de prevenção combinada da infecção por HIV e na atenção integral a pessoas que vivem com o vírus”, afirma o dr. Aluísio Augusto Cotrim Segurado, pesquisador principal da pesquisa.
Testagem
Quem não fizer parte do público-alvo da pesquisa ou não desejar fazer o exame sozinho, é possível fazer o teste para o HIV – bem como o de sífilis e de hepatites B e C – em todas as Unidades Básicas de Saúde (UBS) da cidade de São Paulo e nos 26 serviços da Rede Municipal Especializada (RME) em ISTs/AIDS da capital. Os endereços das unidades da RME podem ser conferidos em goo.gl/p5en2C.
Nos serviços da RME e em algumas UBSs, há a opção do teste rápido, com resultado em apenas 20 minutos.
É possível ver também a relação de todos os locais que realizam os testes no Estado de São Paulo no site do Centro de Referência e Treinamento (CRT) DST/AIDS de São Paulo: www.crt.saude.sp.gov.br ou ainda pelo Disque DST/AIDS: 0800 16 25 50.