A FEHOESP – Federação dos Hospitais, Clínicas e Laboratórios do Estado de São Paulo, representante de 52 mil serviços privados de saúde, entregou a todos os candidatos à Presidência da República documento com proposta para uma política de saúde para o Brasil.
Segundo Luiz Fernando Ferrari Neto, diretor da FEHOESP, o mercado de saúde brasileiro está entre os dez maiores do mundo, movimentando R$ 550 bilhões por ano, incluindo investimentos da União. Desse total, 47% são recursos públicos destinados à assistência de 77% dos brasileiros que dependem exclusivamente do SUS.
O setor suplementar e o gasto direto das famílias somam 53% dos recursos e apenas 23% da população possui plano de saúde. Alerta o diretor, que “mais de 160 milhões de brasileiros dependem única e exclusivamente do sistema público e 47,3 milhões têm acesso à saúde suplementar”.
Como a grande maioria da população é dependente da saúde pública e só 43% dos recursos vêm do Estado, é possível concluir que o investimento público é incapaz de fazer valer a Constituição, que determina que a saúde é direito de todos e dever do Estado.
Para a Federação dos Hospitais, primordial será a integração público e privado. “Hoje esses dois sistemas de saúde funcionam isoladamente por questões ideológicas. Não há integração e hierarquização do sistema de saúde. E o resultado é triste: desperdício de recursos, duplicidade de atendimento e má gestão do sistema”, denuncia Ferrari.
No Estado de São Paulo, prefeituras têm construído UBS e até hospitais, com alto gasto de recursos públicos enquanto na rede privada há ociosidade. “Por que gastar e construir mais prédios se temos estruturas ociosas na rede privada?”, questiona o diretor da Federação.
Informação, saneamento e preservação do meio ambiente
A proposta da FEHOESP enfatiza a necessidade de um sistema nacional de saúde totalmente informatizado, que possibilitará transparência e disponibilidades de dados de saúde.
A universalização do acesso a água tratada, esgoto, resíduos e drenagem garante qualidade de vida e prevenção de doenças e deve ser priorizada. A cada US$1 investido em tratamento de esgoto e água encanada gera uma economia de US$ 4,3 ao sistema de saúde.
No documento, a Federação defende a preservação do meio ambiente, cidades mais saudáveis e a educação como forma de tornar o cidadão gestor de sua própria saúde.
Trata ainda de políticas para o envelhecimento saudável, a incorporação tecnológica e a formação de profissionais de saúde que atendam às necessidades do sistema.