O Fórum Intersetorial de Combate às Doenças Crônicas Não Transmissíveis (FórumDCNTs), que tem como proposta reunir lideranças dos setores público, privado e terceiro setor para o combate às doenças crônicas não transmissíveis através de suas plataformas digitais, realiza no dia 23 de janeiro, das 16h às 18h, uma live que debaterá os 100 anos da 1ª aplicação bem-sucedida de insulina em humanos. A live terá como debatedores Dr. Mark Barone, Vice-presidente global da Federação Internacional da Diabetes (IDF) e Coordenador Geral do FórumDCNTs, Dra. Hermelinda Pedrosa, Diretora de assuntos governamentais da Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD) e Dr. Ronaldo José Pineda Wieselberg, Diretor adjunto da ADJ Diabetes Brasil. O evento será transmitido ao vivo pelo Youtube do FórumDCNTs.
Além dos debates sobre o marco dos 100 anos, será lançado durante o evento o material inédito “Linguagem Importa!” (Language Matters). “Assim como já disponível em outros países, incluindo Austrália, Inglaterra, Estados Unidos e Canadá, esta será uma valiosa referência para atualizar a linguagem usada por profissionais de saúde, imprensa e demais interessados”, afirma o coordenador do FórumDCNTs, Dr. Mark Barone. Esse material tem como propósito facilitar a comunicação, evitar estigmas e melhorar o engajamento da população em comportamentos saudáveis e autocuidados de pessoas com doenças crônicas não transmissíveis (DCNTs).
O diabetes é uma doença crônica e sem cura que afeta 15,7 milhões pessoas adultas no Brasil e 537 milhões de adultos entre 20 e 79 anos em todo o mundo, segundo dados da Federação Internacional de Diabetes (IDF, sigla da nomenclatura em inglês). Quando se fala em crianças e adolescentes com diabetes tipo 1, usuárias de insulina, o país aparece em 3° lugar no mundo (92,4 mil, só entre jovens de 0 a 19 anos).
“O Brasil aparece no IDF Diabetes Atlas de 2021 como o 3° país que mais gasta com diabetes e o 29° que mais gasta anualmente por pessoa com diabetes no mundo” aponta Dr. Mark. Em 2021, 6,7 milhões de pessoas no mundo morreram em decorrência da doença, de acordo com a IDF. Nesse cenário de dados alarmantes, a insulina é indispensável no tratamento de pessoas com diabetes. Ainda assim, metade das pessoas com diabetes no mundo não têm acesso às insulinas que precisam ou têm acesso apenas parcial.
A descoberta da insulina
Em 1921, Frederick Banting e Charles Best descobriram que era possível remover insulina do pâncreas de cães, a substância foi testada em cães até janeiro de 1922, quando resolveram testá-la em humanos. Leonard Thompson, um garoto de 14 anos em estado grave devido ao diabetes recebeu a primeira injeção de extrato pancreático no dia 11 de janeiro. Essa primeira aplicação não foi bem-sucedida na redução de sua glicemia, além de causar alguns efeitos colaterais. Diante disso, o biólogo James Colip trabalhou ao lado de Banting e Best para purificar o extrato pancreático e assim puderam administrar novamente em 23 de janeiro de 1922 a insulina no garoto, quando finalmente obtiveram a resposta tão esperada de redução de sua glicemia.
O Coordenador do FórumDCNTs pontua: “Isso mudou completamente o cenário e a perspectiva de vida de mais de meio bilhão de pessoas com diabetes no mundo. Uma porcentagem importante dessas pessoas que precisam de insulina não estaria viva se nesse dia a insulina não tivesse sido aplicada e não tivesse se mostrado eficiente para baixar a glicemia”.
Antes da descoberta da insulina, pessoas com diabetes tipo 1 tinham expectativas de vida baixíssimas e eram obrigadas a fazer dietas muito restritivas, com ingestão mínima de carboidratos e ainda assim os resultados não eram significativos, as pessoas morriam em pouco tempo. “O dia 23 de janeiro é uma data considerada muito importante não apenas na história da medicina e da saúde global, mas da humanidade como um todo”, conclui Dr. Mark.
Informações: www.forumdcnts.org/post/live-100-anos-aplicacao-insulina