Tecnologia e saúde já são praticamente uma só, ou seja, não é mais possível separar as duas áreas que estão revolucionando o mercado. É por isso que as healthtechs estão ganhando espaço, contribuindo com os mais diversos processos em instituições. Segundo levantamento realizado por meio da Startup Scanner, ferramenta da Liga Ventures, rede de inovação aberta que conecta empresas e startups a fim de potencializar interações e gerar novos negócios, que conta com o apoio estratégico da PwC Brasil, existem hoje 400 healthtechs no Brasil, e estas estão divididas em 35 categorias, como Análise de DNA, Armazenamento e Análise de Imagens, Autogestão da Saúde, Buscadores e Agendamentos, Exames e Diagnósticos, Marketing e Comunicação, entre outras.
O universo da saúde é complexo e por isso, de acordo com André Brandão, CEO da Medictalks, é importante que existam companhias que atuem nas diversas pontas. A healthtech, por exemplo, oferece uma plataforma com conteúdos médicos exclusivos e gratuitos, chancelados por grandes profissionais da área, para que os especialistas possam adquirir conhecimento científico atualizado. A Medictalks tem o papel de contribuir com a democratização de informações. “Atuamos para que especialistas dos mais variados cantos do país, tenham fácil e rápido acesso a novos cases, estudos e tratamentos, o que depois vai impactar positivamente a população, que será melhor atendida. Sabemos que temos uma importante missão, pois sem uma comunicação efetiva entre estes especialistas que necessitam estudar constantemente, grandes descobertas da saúde não chegam até todos”, explica Brandão.
Diferentes soluções inovadoras para serem usadas dentro de hospitais e outras organizações surgem a cada dia. A NeuralMed, desde 2018, vem desenvolvendo soluções de auxílio à triagem e fluxo de pacientes, utilizando a inteligência artificial para analisar imagens e textos médicos. “Os dados são os nossos maiores aliados e nossas soluções permitem que profissionais da saúde tomem decisões mais assertivas e elaborem diagnósticos mais precisos. Assim, pessoas recebem um melhor atendimento, médicos e pacientes são beneficiados em relação ao tempo que é otimizado e instituições minimizam os custos na obtenção de resultados”, afirma Anthony Eigier, CEO da healthtech.
Aumentar a eficiência de processos na área da saúde é um desafio antigo no setor e quem percebeu isso como uma oportunidade foi a UpFlux, startup acelerada pelo InovAtiva Brasil. Com uma solução pioneira no Brasil, a healthtech aumenta a disponibilidade de leitos e reduz o tempo de permanência do paciente no hospital, minerando os processos – método conhecido como process mining. A partir de informações extraídas do sistema da instituição atendida, os processos identificados automaticamente, baseados em dados, são comparados com modelos previamente definidos, para diagnosticar ineficiências e problemas. Baseado no que acontece na prática, os insights obtidos são transformados em ações de correção de desvios e ineficiências.
Do agendamento do paciente à alta e, posteriormente, ao faturamento, existem diversos processos que precisam de cuidados específicos e bem estruturados para evitar erros graves. “Muitas soluções tecnológicas apresentam indicadores que apontam os problemas existentes nos hospitais e clínicas, mas não mostram onde está a raiz desse problema e por que ele ocorre. Sem essa informação, é mais difícil saber onde exatamente está a falha e, o mais importante, como resolvê-la”, explica o CEO, Alex Meincheim.
Assim, a tendência é que a cada dia surjam novas healthtechs, capazes de solucionar problemas que envolvem as mais variadas pontas do setor da saúde.