O Hospital de Clínicas do Ingá, em Niterói (RJ). inaugura no dia 6 de dezembro o seu Centro de Reabilitação Cardiopulmonar e Metabólica para oferecer um amplo e individualizado tratamento a pacientes que precisem de reabilitação cardiopulmonar e metabólica com ênfase em afecções cardiovasculares, como o infarto agudo do miocárdio ou pacientes em recuperação pós-cirurgia cardíaca ou pós Covid-19.
De acordo com Dr. Luiz Otávio Nazar, Diretor Geral do Hospital de Clínicas do Ingá, a reabilitação cardiopulmonar tem por objetivo melhorar a capacidade funcional do coração de forma direta e indireta, com o controle de fatores de risco. O médico complementa que no caso do tratamento para pacientes que tiveram Covid-19, as consequências e repercussões costumam ser graves, como a perda da capacidade cardiopulmonar em cerca de 40 a 50% dos pacientes.
“Ainda que o ponto central desse serviço seja o exercício supervisionado pelo cardiologista, com fins terapêuticos, ele envolve também educação e suporte, com o apoio de uma equipe multidisciplinar de nutricionistas e psicólogos”, explica Nazar.
Equipe multidisciplinar
O processo de reabilitação será feito de acordo com as necessidades de cada paciente, sendo supervisionado por uma equipe de fisioterapeutas ou educadores físicos especializados tendo à frente do programa o educador físico e pós-graduado em fisiologia neuromotora, Maurício Serour, profissional com cerca de 18 anos de experiência na área.
“Esse programa é super importante pois a reabilitação cardíaca é imprescindível à independência física, mental, e social dos pacientes, sendo de suma importância para atingir uma melhor qualidade de vida e minimizar os riscos de recorrências e mortalidade”, explica o educador, lembrando sobre o diferencial do Centro de Reabilitação do HCI que contará com todos os aparelhos necessários para um atendimento cardiológico e com uma estrutura ímpar de máquinas para reabilitação motora, respiratória e muscular.
Maurício explica que o primeiro passo consiste na avaliação integrada do paciente junto ao cardiologista e o avaliador físico em que será monitorada toda a parte cardiológica e funcional. Após a avaliação será feito pela equipe um programa específico de treinamento e reabilitação de acordo com as necessidades desse paciente.
“A sessão dura entre 45 min a 60 min. E uma reavaliação é marcada após um certo período para um novo protocolo de treinamento”, complementa Maurício.
Importância dos exercícios físicos para a reabilitação do paciente com Covid-19
O exercício tem um papel muito importante para a promoção da saúde de todos de um modo gral e ainda mais relevante como ferramenta terapêutica para indivíduos com doenças, como afecções cardíacas, pulmonares (doença pulmonar obstrutiva crônica), metabólicas (diabetes, obesidade, dislipidemia, síndrome metabólica e no pós-operatório de cirurgia bariátrica) e oncológicas e pacientes pós Covid-19.
“Atualmente, os exercícios físicos tem sido uma importante ferramenta de tratamento das séries repercussões cardiopulmonares causadas pela Covid-19 em uma parcela significativa de pacientes em que a perda da qualidade de vida e as limitações cardiopulmonares impostas pela doença podem e devem ser tratadas de forma extremamente eficiente pela reabilitação cardiopulmonar”, afirma Nazar.
Estudos científicos demonstram que o programa de reabilitação cardiopulmonar e metabólica é tão ou mais eficiente que muitos dos medicamentos utilizados. O melhor resultado vem da combinação das medicações e do programa de reabilitação.
“Assim como os medicamentos, o exercício terapêutico demanda prescrição com ‘dose’ (intensidade), frequência e duração. A avaliação médica especializada deverá ser realizada para a análise de risco adequada (determinada por histórico, exame clínico e exames complementares), avaliação funcional, determinação do nível de supervisão, nível de esforço a ser respeitado e definição de objetivos a serem atingidos, ou seja, para a prescrição individualizada do programa de exercícios”, complementa.
O programa de exercícios do Centro de Reabilitação Cardiopulmonar e Metabólica do HCI irá atuar principalmente na melhora da capacidade cardíaca, pulmonar e musculoesquelética do paciente; no controle da pressão arterial; do perfil lipídico (colesterol e triglicérides); na tolerância à glicose (relacionada ao diabetes); no controle ponderal; na saúde mental; na imunidade e na qualidade do sono.
Dr. Nazar lembra que há uma comprovada redução da morbimortalidade associada às doenças cardiovasculares, que constituem a principal causa de morte no Brasil, sendo baixíssimas as taxas de efeitos colaterais. Fato esse comprovado em estudos que corroboram que seguindo os devidos cuidados, a prática é muito segura.
“As contraindicações são pontuais e bem estabelecidas, e os cuidados e níveis de supervisão necessários para as diferentes condições são claramente definidos. O Hospital de Clínicas do Ingá desenvolveu esse novo serviço a fim de oferecer a seus planos de saúde parceiros, com equipe multidisciplinar capacitada e dentro de nossas instalações hospitalares, em prédio anexo ao hospital. Dessa forma, desejamos fortalecer os nossos laços com nossos pacientes e seus familiares através da prestação de mais esse novo serviço com qualidade e, sobretudo, humanização”, finaliza Nazar.