Hospital Dona Helena, de Joinville (SC), participa de pesquisa clínica nacional

O Hospital Dona Helena, de Joinville (SC), foi um dos centros participantes do estudo Basics, coordenado pelo Instituto de Pesquisa (IP) do Hospital do Coração (HCor) – um dos mais importantes hospitais do país. Os resultados desse estudo foram publicados no periódico científico JAMA (Jornal da Associação Médica Americana, em livre tradução).

“Trata-se de uma pesquisa clínica com foco na comparação do uso de uma solução cristaloide balanceada (Plasma-Lyte®️) com o cloreto de sódio 0,9% (soro fisiológico), em pacientes adultos internados em UTIs, que necessitaram de expansão volêmica e a permanência na unidade por mais de um dia, além de apresentarem fatores preditivos de maior gravidade e  efeito de velocidades mais lentas de infusão frente à infusão convencional, mais rápida”, explica a enfermeira Micheli Coral Arruda, coordenadora de Ensino e Pesquisa do HDH.

Os resultados apontaram que não há diferenças entre as soluções e nem na velocidade ou tipo de infusão quanto à sobrevida de pacientes, em 90 dias. Porém, os impactos da análise são relevantes para o cuidado dos pacientes em estado grave, pois há diferenças de custo entre os dois tipos de soluções.

O Basics já é considerado um dos maiores estudos randomizados feitos em UTI’s. A iniciativa, realizada por meio do PROADI-SUS e com a parceria da Brazilian Research in Intensive Care Network (BRICnet), contou com mais de 10 mil participantes em 75 centros.

“A publicação no JAMA é um reconhecimento ao trabalho de excelência que foi realizado”, avalia Alexandre Biasi Cavalcanti, médico intensivista e diretor do Instituto de Pesquisa do HCor que, juntamente com Fernando Zampieri, também médico intensivista e coordenador dos pesquisadores clínicos do IP HCor, que é um dos autores da publicação, sobre o estudo.

Cavalcanti, que é consultor do Núcleo de Apoio à Pesquisa do HDH, ressalta a importância da adesão plena das equipes, em pesquisas como esta, que exigem extensa e precisa coleta de dados. “É fundamental que, além de cuidar muito bem, possamos responder a questões importantes para o paciente – porque isso vai, antes de mais nada, nos ajudar a cuidar ainda melhor dele. Considerando os avanços que vamos conquistando, sabemos que eles se refletem diretamente no desenvolvimento da ciência médica, incentivando novas iniciativas”.

Outros países, como Austrália e Nova Zelândia, por exemplo, produzem pesquisas semelhantes – o que, reforça o médico, ajuda bastante na segurança dos dados e nos resultados obtidos. “As informações que pesquisamos fazem parte das rotinas dos profissionais. Sistematizar esse conhecimento, associar dados e informações que reportam questões importantes para o paciente e para a prática médica é muito valioso”, garante, ao sublinhar que a plena participação das instituições de saúde, como o Hospital Dona Helena, evidencia que os profissionais brasileiros são capazes de trabalhar em pesquisas – e as conquistas, que muitas vezes são convertidas em presença em veículos e eventos internacionais da área médica, promovem a valorização e o reconhecimento mundial do trabalho feito aqui. “Temos que nos orgulhar muito”, comemora Alexandre de Biasi Cavalcanti.

Redação

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